Manhã Cripto: Bitcoin (BTC) retoma alta com aposta da MicroStrategy; China vira principal mercado da Binance

Empresa de Michael Saylor pode vender ativos para comprar mais BTC; Coinbase estudar incorporar rede Lightning para pagamentos
Bitcoin na frente de um fundo de gráfico de alta

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As maiores criptomoedas voltam a ganhar força nesta quarta-feira (2), enquanto as altcoins mostram desempenho misto em meio aos planos da MicroStrategy de comprar mais Bitcoin e à menor volatilidade de tokens de protocolos de empréstimo após o hack da plataforma Curve. 

Traders de ações ainda reagem ao corte da nota de crédito soberano dos EUA pela agência Fitch, que citou a deterioração fiscal do país, medida considerada “arbitrária” pelo governo americano e que derrubou ativos de risco depois do anúncio na terça-feira (1). 

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O Bitcoin (BTC)que chegou a superar os US$ 30 mil com o impulso dado pela MicroStrategy, também sentiu o impacto da decisão da Fitch. Mas a maior criptomoeda se recupera e agora mostra alta de 1,6% nas últimas 24 horas, cotada a US$ 29.406,08, segundo dados do Coingecko.  

Em reais, o BTC avança 3,5%, para R$ 142.471,00, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

O Ethereum (ETH) opera com ganho de 1%, negociado a US$ 1.852,42.  

As principais altcoins vão em direções opostas nesta quarta, entre elas BNB (-0,4%), XRP (+0,1%), Dogecoin (-0,4%), Cardano (+0,2%), Solana (-0,3%), Polkadot (+1%), Polygon (+1,2%), Shiba Inu (-1,1%) e Avalanche (-0,0%).  

Bitcoin hoje 

Investidores ainda acompanham as implicações do hack da plataforma de finanças descentralizadas Curve, que causou um rombo de US$ 52 milhões e a desvalorização do token nativo CRV, em baixa de 4,2% nas últimas 24 horas e perdas de 21,6% em sete dias.  

A Gauntlet, uma empresa especializada em gestão de risco, propôs suspender futuros empréstimos garantidos por CRV no protocolo de crédito cripto Aave para evitar um contágio maior no ecossistema DeFi. A comunidade Aave tem até 5 de agosto para votar o plano. 

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No front macroeconômico, apesar da decisão da Fitch de rebaixar a classificação da dívida soberana dos EUA ter impactado os preços de ativos de risco, parte dos investidores não espera um efeito negativo sobre a economia americana no longo prazo, destaca análise da Bloomberg. 

Com isso, traders de criptoativos voltam as atenções para os planos da MicroStrategy, uma das maiores investidoras institucionais de Bitcoin. 

A desenvolvedora de software fundada por Michael Saylor teve lucro líquido de US$ 22,2 milhões no segundo trimestre, em comparação com um prejuízo de quase US$ 1,1 bilhão no mesmo período de 2022. 

Ao mesmo tempo, a companhia registrou perdas contábeis de US$ 24 milhões devido à desvalorização de suas reservas de BTC em relação ao preço pago pela criptomoeda, segundo o Decrypt

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Ainda assim, a MicroStrategy comprou ainda mais Bitcoin no mês passado e contava com uma posição de 152.800 BTC até 31 de julho, o equivalente a cerca de US$ 4,4 bilhões.  

Em documento regulatório divulgado na terça-feira (1), a empresa disse que pretende levantar US$ 750 milhões com a venda de novas ações, e o capital pode ser usado para reforçar a aposta no BTC. 

“Pretendemos usar os recursos líquidos desta oferta para fins corporativos gerais, incluindo a aquisição de Bitcoin e capital de giro e, sujeito às condições de mercado”, de acordo com o documento. 

Investidores de longo prazo costumam resistir às turbulências para maximizar os lucros, embora a volatilidade do Bitcoin agora seja mais baixa que a do S&P 500, do ouro e ações de tecnologia, mostram dados da Bloomberg.  

Planos da Coinbase para a rede Lightning 

A Coinbase planeja incorporar a rede Lightning do Bitcoin para oferecer mais opções de pagamento em criptomoedas para usuários globais, informou o CoinDesk

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“Estamos buscando a melhor forma de adicionar o Lightning. Não é trivial, mas acho que vale a pena fazer. Sou totalmente a favor dos pagamentos em Bitcoin”, disse o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, nesta quarta-feira (2). “Vamos construí-lo juntos”, acrescentou, em resposta a um tuíte de Jack Dorsey, fundador da empresa de serviços financeiros Block. 

Enquanto isso, a varejista de videogames americana GameStop pretende remover seu suporte para carteiras cripto. A empresa, que lançou o serviço há apenas um ano, citou o panorama regulatório nos Estados Unidos, segundo o CoinDesk

“Devido à incerteza regulatória do espaço cripto, a GameStop decidiu remover suas carteiras iOS e Chrome Extension do mercado em 1º de novembro de 2023”, de acordo com o site da empresa. Os clientes terão acesso até 1º de outubro. 

E com o objetivo de harmonizar as regras globais para os criptoativos, a Índia, que atualmente preside o G20, publicou nesta quarta sugestões com sua posição oficial para regular o mercado. 

Mercado da Binance na China 

Reportagem do Wall Street Journal revela que a China é o maior mercado da Binance, apesar das transações com criptoativos serem ilegais no país desde 2021. 

Os usuários da Binance, maior exchange cripto do mundo, negociaram ativos relacionados a criptomoedas no valor de US$ 90 bilhões em um único mês na China, de acordo com o WSJ, que citou números internos e funcionários atuais e antigos da corretora. 

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Com esse volume de transações, a China responderia por 20% do total global, excluindo negociações feitas por um subconjunto de grandes traders. A reportagem não especifica o mês em que as operações foram realizadas. 

Procurado pelo jornal, o banco central da China não respondeu a um pedido de comentário. 

“O site Binance.com está bloqueado na China e não está acessível para usuários residentes na China”, disse um porta-voz da Binance, sem fazer mais comentários – embora não revele como a empresa lida com sistemas de VPN, que disfarçam o local de origem do usuário.  

Em meio à polêmica, a Binance segue sua expansão na Ásia, com o planejado retorno ao Japão com a oferta de 34 tokens, mais do que qualquer rival no mercado japonês, de acordo com o The Block

Outros destaques das criptomoedas  

Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, exchange cripto que colapsou no ano passado, disse na terça-feira (1) que nunca tentou intimidar testemunhas que devem depor em seu julgamento agendado para outubro, e que por isso não há razão para prendê-lo, conforme a Reuters. Acusado de fraude e desvio de fundos de clientes, Bankman-Fried atualmente está em prisão domiciliar. 

Em carta ao juiz distrital Lewis Kaplan em Manhattan, Bankman-Fried disse que os promotores descaracterizaram suas intenções ao fornecer a um repórter do New York Times os diários de Caroline Ellison, ex-CEO da Alameda Research, que deve testemunhar contra ele. 

A equipe por trás do projeto Ordinals anunciou na terça-feira uma organização sem fins lucrativos para apoiar o desenvolvimento do protocolo para “inscrever” ativos semelhantes aos tokens não fungíveis (NFTs) na blockchain do Bitcoin. As inscrições já superam 21 milhões de registros até o momento, informou o Decrypt

A ONG Open Ordinals Institute terá sede na Califórnia e apoiará o desenvolvimento do protocolo financiando seu principal grupo de desenvolvedores.