As maiores criptomoedas seguem no azul na manhã desta quarta-feira (15), embora em patamar bem menos acelerado após o forte rali que levou o Bitcoin ao maior nível desde junho. Depois da euforia provocada pelos números da inflação nos EUA, investidores reavaliam estratégias diante de incertezas regulatórias e macroeconômicas.
Na Europa, as bolsas abriram em baixa apesar da recuperação das ações de bancos em Wall Street, o que, por sua vez, puxou o desempenho dos índices acionários na Ásia.
O Bitcoin (BTC) ganha 1,2% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 24.638,30, segundo dados do Coingecko. Em reais, a maior criptomoeda sobe 3,2%, negociada a R$ 130.471,86, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) avança 1,4%, para US$ 1.697,81.
As principais altcoins operam com desempenho misto, entre elas BNB (+1,7%) XRP (+1%), Cardano (-0,2%), Polygon (+4,3%), Dogecoin (+3,6%), Solana (+4%), Polkadot (+2,9%), Shiba Inu (+2%) e Avalanche (+4,2%).
Bitcoin hoje
Os dados da inflação ao consumidor nos EUA animaram o mercado, com a desaceleração da taxa anual, embora o núcleo do índice tenha ficado acima das expectativas.
O banco central americano terá uma tarefa difícil na semana que vem, em meio ao colapso de três instituições financeiras e persistência da inflação.
Para o colunista da Bloomberg Jonathan Levin, se o Federal Reserve não subir as taxas, pode enviar um sinal de pânico ao mercado.
Ainda assim, investidores de criptomoedas veem valor no Bitcoin diante da turbulência.
“O rali do Bitcoin em meio a um cenário de um provável ‘bailout’ aos bancos é poético. O ativo foi criado em meio à crise financeira de 2008 e, 14 anos depois, estamos mais uma vez cogitando resgatar os bancos. A natureza do sistema fiduciário está escancarada para que todo o mundo possa ver. Satoshi, onde quer que esteja, deve estar sentindo orgulho de sua invenção”, destacou a equipe do MB Research em relatório publicado pelo Portal do Bitcoin.
Crise bancária nos EUA
Promotores dos EUA estavam investigando as atividades do Signature Bank com clientes cripto antes que reguladores fechassem o banco no fim de semana passado, disseram pessoas a par do assunto à Bloomberg.
Os investigadores do Departamento de Justiça em Washington e Manhattan estavam examinando se o banco de Nova York tomou medidas suficientes para detectar possível lavagem de dinheiro por parte dos clientes – como identificar pessoas que abrem contas e monitorar transações em busca de sinais de criminalidade, disseram as pessoas. A SEC também está investigando o banco, disseram duas pessoas, que pediram para não serem identificadas.
Apesar das suspeitas sobre as operações cripto do Signature, o regulador do estado de Nova York disse que o banco foi fechado por uma crise de confiança na liderança da instituição.
Venda da Voyager
A proposta de US$ 1 bilhão feita pela Binance.US para comprar os ativos da plataforma de crédito cripto Voyager deve ser suspensa enquanto as principais objeções legais são resolvidas, disse o governo dos EUA em documento na terça-feira.
A medida segue um recurso do U.S. Trustee, um braço do Departamento de Justiça responsável por casos de recuperação judicial, segundo o qual o acordo facilitaria absolver a Voyager e seus funcionários de violações tributárias ou das leis de valores mobiliários.
“Nada no Código de Falências permite que os tribunais isentem as partes da responsabilidade perante o governo por condutas passadas e futuras”, disse o processo do procurador dos EUA, Damian Williams.
Williams disse que a aprovação do acordo deve ser suspensa – ou pelo menos as partes que limitam a capacidade do governo de fazer cumprir a lei – até que os recursos sejam julgados em tribunais superiores.
Outra empresa que poderia ser colocada à venda é a Chipper Cash, fintech com foco no mercado africano que foi financiada pela exchange cripto FTX e pelo falido SVB, disseram pessoas a par da situação à Bloomberg. A empresa também considera buscar novos investidores e os planos já estavam na mesa antes do colapso do SVB, segundo as fontes.
Outros destaques das criptomoedas
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou na terça-feira (14) um grupo de trabalho para contribuir com o Banco Central no desenvolvimento do projeto piloto do real digital, segundo o jornal O Globo. Representantes de 15 bancos brasileiros vão trabalhar com o BC na testagem de pontos como nível de segurança e escalabilidade da moeda digital. A fase de testes deve ser concluída em dezembro deste ano.
“A tokenização da economia pode significar uma mudança muito significativa para o sistema financeiro, porque o cliente sai de um mundo onde está acostumado a ter dinheiro numa conta corrente e passa a ter dinheiro em um token ou em uma representação digital. Será uma mega inovação para o sistema financeiro”, disse em comunicado Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban.
A Coinbase, maior exchange cripto dos EUA, vai permitir que clientes em Singapura movimentem suas contas por meio de bancos locais, abrindo o caminho para investimentos em ativos digitais, conforme a Reuters. As transferências, realizadas em dólares singapurianos, serão processadas por um banco tradicional, o Standard Chartered, e livre de taxas, informou a empresa em comunicado. Anteriormente, usuários só podiam comprar cripto por meio de cartão de débito ou crédito Visa ou Mastercard, ou transferir tokens por meio de suas contas na Coinbase.
A Coinbase também trabalha para trazer os aplicativos de finanças descentralizadas Uniswap e Aave para a Base, a rede de segunda camada do Ethereum lançada pela corretora no mês passado. “A Coinbase está recrutando vários protocolos para a Base. Uniswap e Aave são dois deles”, disse uma pessoa com conhecimento dos planos ao CoinDesk.
O protocolo de empréstimos descentralizados Euler Finance vai oferecer uma recompensa de US$ 1 milhão por informações sobre invasores por trás do ataque ocorrido na segunda-feira (13). O protocolo sofreu uma invasão que resultou na perda de quase US$ 200 milhões em quatro transações em dai (DAI), Wrapped Bitcoin (WBTC), staked Ether (sETH) e USDC, informou o CoinDesk.
O Departamento do Tesouro dos EUA está perto de divulgar uma avaliação de risco analisando o uso criminoso de finanças descentralizadas (DeFi), disse a secretária assistente da divisão de Financiamento do Terrorismo e Crimes Financeiros, Elizabeth Rosenberg. “Atores ilícitos estão constantemente procurando maneiras eficazes de ocultar atividades criminosas e a lavagem de lucros”, afirmou Rosenberg em evento do setor bancário em Sydney. “Esta é uma ameaça aos serviços DeFi ou outros elementos do ecossistema de ativos virtuais.”
Um juiz federal na Flórida deu razão a um usuário que processou hackers anônimos, emitindo uma notificação formal da ação por meio de tokens não fungíveis (NFTs), de acordo com o Decrypt. A decisão ordena que os hackers não identificados paguem quase US$ 1 milhão em stablecoins USDT (Tether) roubadas da carteira Coinbase de Rangan Bandyopadhyay, com juros acumulados até que a dívida seja paga integralmente. A sentença marca a primeira vez que um tribunal federal americano permite que os réus sejam citados por meio de NFTs. A questão agora é como o dinheiro será recuperado.
A Meta, dona do Facebook e do Instagram, anunciou na terça-feira (14) a demissão de cerca de 10 mil funcionários, ou aproximadamente 13% da força de trabalho, em mais uma medida no “ano da eficiência” prometido pelo fundador da empresa, Mark Zuckerberg. Segundo o New York Times, as demissões afetarão a equipe de recrutamento da Meta nesta semana, enquanto a reestruturação dos grupos de tecnologia e negócios será conduzida em abril e maio, disse Zuckerberg em memorando publicado no site do grupo.
O anúncio é a segunda rodada de cortes da Meta nos últimos seis meses. Em novembro, a gigante de redes sociais demitiu mais de 11 mil pessoas. Outras medidas de redução de custos da companhia inclui o fim do projeto de tokens não fungíveis.
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