As duas maiores criptomoedas andam de lado nesta terça-feira (20), em linha com a cautela que marca as negociações na renda variável, em meio à preocupação com o impacto da economia da China nos mercados globais.
O Bitcoin recua 0,6% em 24 horas, cotado a US$ 52.030,18, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC recua 1%, para R$ 259.258,52, de acordo com o Índice do Preço do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) sobe 0,2%, negociado a US$ 2.916,95.
As principais altcoins vão em direções opostas, entre elas BNB (+1,2%), XRP (+1,9%), Solana (-1,7%), Cardano (+0,4%), Dogecoin (+0,8%), TRON (+1,6%), Chainlink (-1,8%), Avalanche (-2,4%), Polkadot (-0,1%), Polygon (-1,9%) e Shiba Inu (+0,0%).
Bitcoin hoje
Apesar da calmaria recente, traders reforçam apostas de mais ganhos para o Bitcoin, que poderia até superar sua máxima histórica de US$ 69 mil, atingida em novembro de 2021.
A maior criptomoeda triplicou de preço desde o começo de 2023 em meio ao otimismo sobre a demanda por fundos com exposição direta ao token nos EUA, os chamados fundos de índice (ETFs) à vista.
O próximo halving do Bitcoin, que vai reduzir a oferta de mineradores pela metade, também pode impulsionar a moeda digital.
O BTC registra uma sequência de quatro semanas seguidas de ganhos até 18 de fevereiro. Dados da Bloomberg mostram que, nos últimos cinco anos, a criptomoeda subiu, em média, 49% nos três meses seguintes após ralis de quatro semanas. Caso a projeção seja confirmada, o Bitcoin poderia dar um salto para cerca de US$ 78 mil.
Mas o cenário também é positivo para o Ethereum, que se valorizou cerca de 28% neste mês com a expectativa da próxima atualização da blockchain, a Dencun.
O desempenho do Ethereum tem superado o do Bitcoin nos últimos sete dias. Para o diretor de derivativos da Amberdata, Greg Magadini, os fundamentos do Ethereum parecem mais favoráveis do que os do BTC, considerando a tendência deflacionária na oferta de ETH.
Próximos passos da CVM
O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, disse em entrevista ao E-Investidor que “os criptoativos não são inimigos” do mercado de capitais, abrindo a possibilidade de atrair novos perfis de investidores e estratégias de investimento.
“Nosso próximo passo será iniciar a comunicação com instituições do ecossistema cripto, que potencialmente atuem com valores mobiliários. Vamos entender o papel delas no ecossistema, a estrutura e característica dos ativos”, afirmou Nascimento.
O presidente da CVM destacou que busca transformar alguns produtos já existentes no mercado de capitais para que sejam mais acessíveis ao investidor de varejo, mas com atenção às regras e riscos.
Outros destaques das criptomoedas
O hedge fund cripto Tyr Capital foi acusado de má administração por um investidor e investigado por promotores suíços por supostamente ignorar alertas sobre o iminente colapso da FTX, reportou o Financial Times.
O Tyr, com sede na Suíça, teria ignorado avisos do fundo TGT em relação à sua exposição à FTX e só teria sacado ativos da exchange de Sam Bankman-Fried depois do pedido de recuperação judicial da corretora em novembro de 2022, segundo a reportagem, que cita documentos registrados nas Ilhas Cayman.
A valorização de mais de 200% do token WLD da Worldcoin em uma semana poderia beneficiar credores do extinto hedge fund cripto Three Arrows Capital, disse o fundador do 3AC, Su Zhu, em publicação no X na segunda-feira (19).
O 3AC participou da rodada de financiamento de US$ 25 milhões da Tools For Humanity, desenvolvedora do protocolo WorldCoin, em 2021. Credores da FTX também poderiam ser beneficiados, já que Bankman-Fried foi outro investidor que apostou na Worldcoin.
No entanto, reportagem do CoinDesk aponta que os preços do WLD podem ser pressionados por um desbloqueio de tokens avaliado em US$ 165 milhões que começa nesta semana e termina na próxima segunda (26).
O governo do Reino Unido tem pressa em aprovar regras para o mercado de stablecoins e serviços de staking, disse o secretário Econômico do Tesouro, Bim Afolami, durante evento organizado pela Coinbase na segunda-feira (19), de acordo com a Bloomberg. O ministro afirmou que o plano será implementado “o mais rapidamente possível” ao longo dos próximos seis meses. O Reino Unido tem prazo legal para realizar as próximas eleições gerais até janeiro de 2025.
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