Manhã Cripto: Bitcoin abre o dia em queda e Justiça de São Paulo desautoriza saque da Binance em disputa com Capitual

Maiores criptomoedas operam em baixa, na contramão dos mercados acionários, com o índice DAX da Alemanha liderando a valorização na Europa
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(Foto: Shutterstock)

As maiores criptomoedas operam em baixa na manhã desta sexta-feira (19), na contramão dos mercados acionários globais, com o índice DAX da Alemanha liderando a valorização na Europa. 

Analistas não apontam uma causa específica para as perdas das criptomoedas, embora a pressão regulatória nos EUA e baixa liquidez não ajudem. 

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Nas últimas 24 horas, o Bitcoin (BTC) cai 1,9%, negociado a US$ 26.855, segundo dados do Coingecko.  

Em reais, o BTC recua 1,4%, para R$ 134.213, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

O Ethereum (ETH) opera em queda de 1%, cotado a US$ 1.809.  

Dogecoin tem leve baixa de 0,7% nas últimas 24 horas. Em uma sessão no Twitter Spaces, o CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, disse que a resiliência da criptomoeda-meme surpreende e que Elon Musk pode ter desempenhado um papel em estender o tempo de vida do token. 

Já a PEPE Coin tem queda de 5,1%, mas ainda acumula ganho de quase 18% na semana. Estudo da empresa de análise Santiment revelou que, apesar dos fortes ganhos, traders de varejo ficaram de fora do recente rali, de acordo com o InfoMoney

Outras altcoins são negociadas com perdas nesta sexta, entre elas BNB (-1,2%), Cardano (-2,2%), Solana (-1,7%), Polkadot (-1,6%), Shiba Inu (-1,3%), Avalanche (-2,3%) e Polygon (-0,4%).

XRP rema contra maré, com alta de 0,6%, impulsionada por uma vitória parcial contra a SEC nos EUA. 

Disputa Binance x Capitual 

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) suspendeu uma decisão que havia permitido à Binance sacar aproximadamente R$ 430 milhões bloqueados no ano passado das contas da fintech Capitual, que atuava como intermediária da exchange cripto com bancos brasileiros, informou o Valor Econômico

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De acordo com a reportagem, o dinheiro está bloqueado em uma conta judicial desde julho do ano passado devido ao rompimento do contrato entre as duas empresas. 

Na semana passada, o juiz Caramuru Afonso Francisco, da 18ª Vara Cível de São Paulo, havia atendido pedido da Binance e permitido o levantamento dos valores.  

Enquanto isso, agentes da Polícia Federal deflagraram na quinta-feira (18) a operação Select II para dar continuidade às investigações contra a Braiscompany, empresa paraibana acusada de montar um esquema bilionário de pirâmide financeira com criptomoedas. 

Já o investidor-anjo e influenciador Daniel Scott, que viajou até Curaçau em busca da sede do cassino online Blaze e não encontrou nada, ainda não acredita que a empresa tenha de fato um escritório no país, mesmo após a empresa publicar um vídeo do seu suposto escritório.  

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“Escritório que mostram da Blaze é falso”, disse em entrevista ao Portal do Bitcoin

Expansão global da Coinbase 

Em sua estratégia para expandir as operações globalmente em meio à repressão regulatória nos EUA, a Coinbase lançou seu serviço de assinatura Coinbase One. 

Em publicação no blog da empresa na quinta-feira, a maior corretora cripto americana disse que os usuários podem pagar uma conta mensal para reduzir as taxas de negociação, informou o Decypt

O serviço também vai fornecer acesso ao suporte de clientes 24 horas por dia, 7 dias por semana e comissões mais baixas para o staking, um serviço de renda passiva com criptomoedas, disse a Coinbase. O serviço será liberado primeiro para clientes nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e Irlanda. 

A Coinbase acrescentou que os clientes do One vão contar com “comissões mais baixas para staking em Cardano (ADA), Cosmos (ATOM), Solana (SOL) e Tezos (XTZ)” e, portanto, “poderiam ganhar mais com suas criptomoedas sem taxas adicionais”. 

Bitcoin 2023 

maior conferência de Bitcoin do mundo deu largada em Miami com a expectativa de metade dos visitantes da edição de 2022. De acordo com o CoinDesk, a Bitcoin 2023 deve receber cerca de 15 mil pessoas em comparação com as 35 mil que compareceram ao evento no ano passado. 

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Isso não impede que empresas aproveitem a conferência para promover seus lançamentos. 

A fabricante de máquinas de mineração de Bitcoin MicroBT anunciou três novas plataformas de mineração em Miami, sendo uma delas a mais poderosa atualmente disponível no mercado, conforme o CoinDesk. A WhatsMiner M53S++ fornece 320 terahash por segundo (TH/s) de poder de computação com eficiência de 22 joules por terahash (J/T).

Já Michael Saylor, cofundador da MicroStrategy, entre as empresas com a maiores reservas de Bitcoin, disse ao Decrypt que está estudando o projeto Ordinals para desenvolver aplicativos.

Outros destaques das criptomoedas  

Dois gigantes de Wall Street estão de olho na Celsius Network, plataforma de crédito cripto em recuperação judicial. Segundo o Wall Street Journal, a Apollo Global Management e executivos da Fortress Investment, empresa especializada nas chamadas dívidas “distressed”, apoiam grupos concorrentes que pretendem relançar a Celsius sob um novo comando, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.  

Cada proposta injetaria cerca de US$ 50 milhões para ajudar a Celsius a retomar algumas operações como uma empresa de capital aberto controlada principalmente por seus credores, de acordo com as fontes e com e apresentações de investidores vistas pelo The Wall Street Journal. 

No campo das moedas digitais de bancos centrais, as chamadas CBDCs, a Ripple, que opera o token XRP, anunciou uma plataforma que permite a autoridades monetárias, governos e instituições financeiras emitirem sua própria moeda virtual, tanto para o varejo quanto para o atacado.  

Enquanto isso, um estudo do Fed de Nova York e do banco central de Singapura revelou que sistemas de CBDCs que operam em diferentes tipos de redes podem ser usados para pagamentos transfronteiriços e entre diversas moedas. Hong Kong também avança com seus testes para uma moeda digital, cujo projeto-piloto conta com a participação de gigantes como HSBC e Visa, segundo comunicado

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DIBA, um novo marketplace com foco na troca de tokens não fungíveis (NFTs) baseados em Bitcoin, foi lançado na quinta-feira (18), disse a empresa em e-mail ao CoinDesk. O DIBA trabalha com contratos inteligentes do tipo “Really Good for Bitcoin” (RGB), que são desenvolvidos em redes segunda camada, como a Lightning Network.  

O protocolo RGB permite transações mais baratas e privadas, facilitando a emissão de tokens no Bitcoin, disse o cofundador do DIBA, Gideon Nweze, em comunicado. O DIBA também lançou uma carteira somente para Bitcoin – que pode armazenar arquivos de música e arte – em parceria com a mineradora cripto Hut 8 Mining.