O Banco da Coreia descartou a inclusão do Bitcoin em suas reservas cambiais, citando preocupações com a volatilidade do preço da criptomoeda.
Em resposta a uma consulta feita em 16 de março pelo deputado Cha Gyu-geun, do Comitê de Planejamento e Finanças da Assembleia Nacional, o Banco Central destacou os riscos das flutuações de preço do Bitcoin, que podem torná-lo um ativo pouco confiável para reservas.
Esta é a primeira vez que o órgão esclarece sua posição sobre o possível uso da criptomoeda para reservas nacionais, enfatizando sua abordagem “cautelosa” ao lidar com esse ativo.
A declaração do Banco Central ocorre em meio a debates internacionais sobre o papel das criptomoedas nas reservas nacionais, após a recente ordem executiva do presidente dos EUA, Donald Trump, para estabelecer uma “reserva estratégica de criptoativos”, tendo Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) como elementos centrais.
Nesta segunda-feira (17), o Bitcoin está sendo negociado a aproximadamente US$ 83.276, uma alta de 0,1% nas últimas 24 horas. O marasmo segue por quase todas as principais criptomoedas: Ethereum tem alta de 0,8%, XRP queda de 0,6%, Cardano valorização de 0,1%, Dogecoin no positivo de 1,6% e Tron apresenta desvalorização de 0,6%.
As exceções são a BNB, que sobe com força, em valorização de 6,6% nas últimas 24 horas, e Solana, que apresenta queda de 2,7%.
Receio com custos de transação
“Se o mercado de ativos virtuais se tornar instável, há uma preocupação de que os custos de transação aumentem rapidamente no processo de conversão do Bitcoin em dinheiro”, disse um porta-voz do banco central, segundo relatos da mídia local.
O Banco da Coreia também afirmou que a maior criptomoeda do mundo não atende aos critérios do Fundo Monetário Internacional (FMI) para reservas cambiais.
O FMI exige que as reservas cambiais sejam líquidas, comercializáveis e denominadas em moedas conversíveis com classificações de crédito de grau de investimento—requisitos que o Bitcoin não cumpre, segundo o banco.
Reservas de Bitcoin na Ásia
Na semana passada, um seminário promovido pelo Partido Democrata da Coreia discutiu a possibilidade de incluir Bitcoin nas reservas cambiais do país, um dia antes de o presidente Trump assinar sua ordem executiva.
Enquanto isso, o vizinho mais próximo da Coreia do Sul, o Japão, também demonstrou hesitação em relação à inclusão do Bitcoin nas reservas cambiais.
Em dezembro passado, o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba expressou preocupações sobre a falta de informações sobre os planos dos EUA e de outros países para reservas em Bitcoin.
As preocupações de Ishiba surgiram após uma proposta de Satoshi Hamada, membro da Câmara dos Conselheiros do Japão, sugerindo que o país explorasse a conversão de uma parte de suas reservas cambiais em Bitcoin.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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