Liberação dos 137 mil bitcoins da Mt. Gox ganha nova data

Administrador dos ativos bloqueados vai atrasar os prazos tanto para o registro de contas e carteiras quanto para o início dos pagamentos
Moeda de bitcoin ao lado de smartphone com logotipo da corretora Mt.Gox

(Foto: Shutterstock)

O administrador da Mt.Gox, corretora que sofreu um dos maiores hacks de bitcoin da história, comunicou nesta sexta-feira (06) alterações no prazo tanto para os credores registrarem suas contas bancárias e carteiras quanto para o recebimento dos fundos devidos. Ambas as datas foram adiadas por dois meses.

No total, a previsão é que sejam devolvidos aos credores cerca de 137 mil Bitcoins, que estão bloqueados há oito anos.

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Até então, o prazo para informar as contas era até o dia 10 de janeiro; com a alteração, passou para 10 de março. Também foi alterada a data para o recebimento dos pagamentos. Anteriormente, o início do reembolso estava previsto para 31 de julho; com a mudança, será feito a partir do dia 30 de setembro.

Acerca do meio de pagamento, o credor pode optar por receber em dinheiro ou em criptomoedas.

De acordo com o administrador, a prorrogação dos prazos deu-se por “várias circunstâncias”, citando a demora dos credores em informar os dados bancários ou de exchanges de criptomoedas.

Essa demora, porém, pode estar relacionada com a saída da exchange Kraken do Japão, onde a Mt. Gox foi fundada, liderando o mercado cripto em certo período, e, portanto, onde teria mais credores.

A declaração de um credor pode ampliar a discussão. Segundo o site The Block, um ex-cliente da MT. Gox comentou em um grupo que havia registrado uma conta da Kraken justamente por ele morar no Japão. No entanto, quando soube que a empresa poderia deixar o país, ele procurou por outras corretoras.

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“Ainda estou esperando que ambas as exchanges concluam meu KYC [sigla em inglês para ‘Conheça seu Cliente’], provavelmente perderei o prazo de 10 de janeiro”, disse ele. Com o prazo alterado, o tempo agora pode ser suficiente para aguardar as verificações das contas.

Contudo, mesmo que a Kraken saia do Japão não impede que os credores recebam seus fundos na plataforma. O problema seria apenas trocar criptomoeda por iene e não poder receber em uma conta bancária local. 

Em outubro do ano passado, o administrador da MT.Gox publicou um documento com informações sobre a situação financeira da empresa e um guia para ajudar o credor a selecionar uma corretora ou custodiante de criptomoedas para receber seus fundos.

Relembre o caso Mt.Gox

Mt. Gox foi uma das primeiras exchanges do mercado e foi responsável por 70% de todas as transações de bitcoin no mundo em 2014. Até que, naquele ano, a corretora perdeu 850 mil BTC em um ataque hacker que entrou para a história do setor cripto.

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Ao longo dos últimos oito anos, os investidores lutaram na justiça para que os responsáveis pela empresa encontrassem uma forma de reembolsá-los pelo dinheiro perdido no ataque. Na época do hack, em fevereiro de 2014, o bitcoin era negociado a aproximadamente US$ 700.

O caso passou a ser analisado pelos tribunais japoneses, uma vez que a corretora era baseada no país. Em novembro de 2021, um “Plano de Reabilitação” foi aprovado pelo tribunal de Tóquio para que os reembolsos tivessem início no ano seguinte, o que não aconteceu.

Mesmo que os reembolsos da Mt. Gox comecem a ser executados nos próximos meses, especialistas do mercado afirmam que o processo completo de pagamento aos investidores será realizado por etapas e pode levar um bom tempo para ser concluído. 

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