Laboratório fabricava dinheiro falso no RS e enviava notas pelos Correios

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Operação da Polícia Federal contra fabricação de notas falsas de dinheiro (Divulgação/PF)

A Polícia Federal (PF) desarticulou uma organização criminosa que fabricava dinheiro falso em um laboratório gráfico na cidade de Três Coroas no Rio Grande do Sul. Por meio da ‘Operação Pirita’, realizada na quarta-feira (29), foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em diferentes regiões do Estado.

De acordo com as investigações, os criminosos utilizavam maquinário diversificado e várias técnicas gráficas para produzir o dinheiro falso, simulando os itens de segurança das cédulas verdadeiras de Real.

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“A gente tem que cortar pela raiz para que eles não cheguem à excelência, pois se chegarem estarão criando um prejuízo forte para a economia brasileira”, disse o delegado Rodrigo Koehler em coletiva.

Segundo ele, os criminosos tinham um maquinário que simulava elementos de segurança e eram bastante cuidadosos com a qualidade das notas — eles queimavam as que ficavam ‘fora do padrão’.

“Os falsários vão desenvolvendo técnicas para simular os elementos fotográficos, holográficos, reagentes a raio UV. Dá trabalho para eles também”’, comentou Koehler.

Dinheiro falso

Segundo a PF, pelo menos R$ 2 milhões em cédulas falsas foram colocadas em circulação pelos criminosos nos últimos quatro anos. Organizados em diferentes regiões — Cruz Alta, Canela, Torres e Três Coroas, eles produziram mais de 28 mil cédulas de 10, 20, 50 e 100 reais.

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Na ação foi apreendida grande quantidade de aparatos para a falsificação de moeda, como papéis, impressoras, tintas, equipamento gráfico variado e material de acabamento.

Conforme explicou, eles possuíam equipamentos variados para produzir cada item da cédula: impressoras diversas, como de serigrafia e offset.

‘Dinheiro’ era enviado pelos Correios

De acordo com Koehler, um médico comprava e revendia as notas falsas. “Ele era um distribuidor”, disse. Segundo o delegado, há mais pessoas investigadas, que distribuíram cédulas e que estão sendo investigadas.

Ainda de acordo com a PF, foi comprovado durante as investigações que a ORCRIM realizava a venda das cédulas falsas via redes sociais. Confirmou, também, que um dos investigados já teve passagens pela Justiça, inclusive pela mesma conduta.

O preso foi encaminhado à carceragem da Polícia Federal em Porto Alegre/RS, onde permanecerá à disposição da Justiça Federal. Ele responderá pelo crime de Moeda Falsa.

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A pena para quem produz, vende ou compra nota falsa é a mesma, de 3 a 12 anos de reclusão. Neste caso, soma-se o agravante de Organização Criminosa, com pena prevista de de 3 a 8 anos de reclusão. 

Unidade contra falsificação de dinheiro

De acordo com o delegado, recentemente a PF criou uma unidade piloto de repressão a falsificação de moedas para centralizar, compilar, uniformizar e organizar as informações. O departamento, disse, vai auxiliar as descentralizadas para caçar e desmantelar os laboratório que produzem cédulas falsas no país.

Segundo ele, a Unidade tem apoio do Banco Central  e do departamento serviços periciais documentais do Instituto Nacional de Criminalística, que faz o mapeamento desses casos há cerca de dez anos.

O nome da operação, Pirita, faz alusão ao mineral semelhante a ouro utilizado para enganar incautos desde a Antiguidade. Na verdade, o mineral é um composto metálico derivado do ferro que não possui as valiosas propriedades do ouro.