A exchange norte-americana de criptomoedas Kraken demitiu funcionários, tornando-se a terceira grande empresa do setor a fazer isso nesta semana apesar do aumento do Bitcoin, que quase atingiu o maior preço de todos os tempos na terça-feira (29).
Sediada em São Francisco, a empresa também informou que Arjun Sethi ingressou como coCEO ao lado de David Ripley. Sethi também é cofundador e presidente da Tribe Capital, e anteriormente fez parte da equipe executiva do pioneiro da web Yahoo. Juntamente com a nomeação, a Kraken enquadrou as demissões como um pivô para a empresa cripto.
“Para continuar a trilhar nosso caminho e colocar a Kraken na disputa para se tornar a maior plataforma cripto do mundo, precisamos ser mais enxutos e mais rápidos”, disse a empresa em um comunicado na quarta-feira (30).
A Kraken não forneceu mais detalhes sobre a quantidade de funcionários cortados e recusou-se a fazer mais comentários ao Decrypt, além de apontar para sua declaração publicada. O repórter de tecnologia do The New York Times, Mike Issac, disse no X que a Kraken havia cortado 15% de sua equipe, citando duas pessoas da empresa.
Demissões de empresas cripto esta semana
A gigante do software Ethereum, Consensys, anunciou na terça-feira que havia demitido 20% de sua força de trabalho global, ou cerca de 163 funcionários. Mais tarde naquele dia, o CEO da exchange descentralizada dYdX, Antonio Juliano, disse que a empresa havia cortado 35% de sua equipe, mas não especificou quantas pessoas foram afetadas pela mudança.
Com o aumento do preço do Bitcoin e as vibrações de alta em todo o setor, o que está motivando o corte de custos? Quando os preços dos ativos digitais estão em alta, as empresas do setor tendem a ter mais funcionários devido aos lucros maiores, sendo que as demissões são mais prováveis durante os mercados em baixa prolongada.
O fundador da Consensys, Joseph Lubin, disse em um comunicado na terça-feira que parte do motivo das demissões foi a “incerteza regulatória contínua” e os “muitos milhões de dólares” gastos como resultado de processos judiciais. A empresa enfrentou várias batalhas legais com o maior órgão regulador de Wall Street, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).
A Kraken é outra empresa de criptoativos que enfrentou o órgão fiscalizador: no ano passado, a empresa concordou em pagar à SEC uma multa de US$ 30 milhões e suspender seu serviço de staking cripto para clientes dos EUA, após uma ação judicial do órgão regulador.
Apesar dos cortes, a empresa está se expandindo com novos produtos. Na semana passada, a Kraken anunciou uma nova rede de segunda camada baseada no Ethereum, batizada de Ink.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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