Os investidores estão retirando fundos das principais exchanges de criptoativos, segundo analistas do JPMorgan. O êxodo é resultado da perda de confiança com o colapso da FTX – até poucos dias atrás, a segunda maior corretora do mundo.
Em nota aos investidores publicada nesta semana, o banco de investimento observa que todas as grandes corretoras tiveram retiradas de valores – mas classificaram Gemini, OKX e Crypto.com como os casos mais “preocupantes”.
Os mesmos analistas disseram que o mercado de stablecoins está ficando menor—e isso pode continuar a prejudicar o preço de outras grandes criptomoedas, como o Bitcoin.
A FTX foi uma das exchanges de ativos digitais mais populares, mas na semana passada implodiu—perdendo bilhões de dólares em dinheiro dos investidores. A exchange e suas empresas relacionadas quebraram porque a FTX estava usando dinheiro da exchange para fazer apostas por meio da empresa de trade Alameda Research, também fundada pelo CEO da FTX, Sam Bankman-Fried.
Depois que um documento vazado revelou que as participações da Alameda estavam principalmente no token FTT emitido pela FTX e em outros ativos altamente ilíquidos, a exchange rival Binance anunciou que venderia todo o seu estoque de FTT—levando a uma corrida bancária e, eventualmente, causando uma crise de liquidez que colapsou a FTX.
A queda da exchange gerou um tumulto no mercado cripto, causando uma desvalorização nos preços das principais moedas e tokens. O Bitcoin, a maior criptomoeda por capitalização de mercado, atingiu sua mínima histórica em dois anos como resultado disso.
Efeito em cascata
“Nós argumentamos que, semelhante ao que vimos após o colapso da TerraUSD em maio passado, a atual fase de desalavancagem que começou com o colapso da Alameda Research e da FTX provavelmente vai reverberar por pelo menos algumas semanas, induzindo uma cascata de chamadas de margem e falhas de empresas/plataformas cripto”, escreveram os analistas do JPMorgan, referindo-se ao colapso no início deste ano, do projeto cripto Terra, que também perdeu bilhões de dólares em dinheiro dos investidores.
“Desalavancagem”, neste caso, é quando investidores ou empresas reduzem a dívida que anteriormente assumiram para fazer investimentos no setor de criptoativos. A maioria dos analistas de mercado concorda que somente depois que a inadimplência for eliminada, o mercado de cripto atingirá seus piores índices históricos e potencialmente se recuperará.
Os analistas acrescentaram que, a menos que o segmento de stablecoins não pare de encolher, o mercado terá dificuldades para se recuperar. “Seria difícil aqui imaginar uma recuperação sustentada nos preços das criptomoedas sem que o encolhimento do universo stablecoin parasse”, diz a nota.
As stablecoins são um tipo de criptomoeda atrelada a outro ativo, como dólares ou ouro. Elas são projetadas para serem estáveis, ao contrário do Bitcoin ou de outros ativos digitais voláteis.
Esses ativos digitais são frequentemente usados por operadores cripto para entrar e sair rapidamente de posições em outras moedas ou tokens sem a necessidade de converter os ativos para uma moeda fiduciária—como dólares americanos—e são considerados como uma espinha dorsal do mercado cripto.
O JPMorgan disse que o valor de mercado das maiores stablecoins atingiu o pico de US$ 186 bilhões em maio, antes do colapso da TerraUSD, mas vem diminuindo desde então—com US$ 25 bilhões sendo retirados por meio de resgates de stablecoins.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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