Michael Burry é o nome do gestor de fundos que ficou famoso por ver aquilo que ninguém mais via e usar essa vantagem para fazer dinheiro. Interpretado por Christian Bale, Burry virou personagem do filme “A Grande Aposta”, que mostrou como ele foi capaz de prever a crise do mercado imobiliário e a subsequente crise dos bancos americanos, em 2008.
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Desde então, Burry virou celebridade e tudo o que ele fala é analisado de perto por investidores. As criptomoedas não passaram despercebidas pelo radar do gestor, que tem uma visão crítica sobre esse mercado. Abaixo estão três previsões de Burry para o futuro do setor cripto.
1. Valorização do ouro
Os comentários mais recentes de Michael Burry dizem respeito à crise que arrasou a corretora de criptomoedas FTX no início de novembro.
Em 15 de novembro, época que a exchange de Sam Bankman-Fried bloqueio os saques dos clientes e entrou com pedido de recuperação judicial, Burry escreveu — e deletou em seguida — sobre a probabilidade do ouro valorizar em meio a crise das empresas de criptomoedas.
“Por muito tempo pensou que o tempo para o ouro seria quando os escândalos de cripto se fundissem em contágio”, disse Burry. Naquele mesmo dia, o investidor escreveu “você não tem ideia do quão short eu estou”, provavelmente sugerindo estar apostando pesado contra o mercado cripto, mas sem entrar em detalhes.
Já nesta sexta-feira (16), Burry voltou a comentar sobre os problemas em corretoras de criptomoedas ao repercutir a notícia de que a empresa que fazia auditoria com a Binance, a Mazars Group, cortou relações com a corretora e tirou do ar o relatório que dizia que as reservas de bitcoin da plataforma eram garantidas em 1:1.
“Este é o problema. Em 2005, quando comecei a usar um novo tipo de swap de crédito, nossos auditores estavam aprendendo no trabalho. Isso não é uma coisa boa. O mesmo vale para FTX, Binance, etc. A auditoria é essencialmente sem sentido”, opinou o investidor.
2. Final de ano de baixa
Em julho deste ano, mais uma vez em um tweet excluído, Michael Burry falou sobre a probabilidade da queda das criptomoedas estar apenas na metade e que o restante do ano de 2022 seria marcado por ainda mais desvalorização.
“Ajustado pela inflação, o S&P 500 do primeiro semestre de 2022 caiu 25-26% e o Nasdaq caiu 34-35%, o Bitcoin caiu 64-65%. Foi uma compressão múltipla. Em seguida, compressão de ganhos. Então, talvez estejamos no meio do caminho”, disse ele no tweet repercutido pela Fortune.
Quando escreveu essa previsão, o bitcoin estava cotado pouco abaixo de US$ 20 mil. Embora as quedas continuaram nos meses seguintes, o bitcoin não caiu pela metade e é negociado nesta metade de dezembro por volta dos US$ 16,8 mil.
3. Vem aí a mãe de todas as quedas
A previsão mais agressiva de Michael Burry para o mercado cripto talvez seja a feita em junho de 2021, quando ele falou sobre a chegada do que chamou de “mãe de todas as quedas”.
De acordo com Burry, os investidores casuais que compram ações meme e criptomoedas iriam sofrer perdas devastadoras por suas escolhas.
“Todo o hype/especulação está atraindo o varejo antes da mãe de todas as quedas. Quando as criptomoedas caírem de trilhões ou as ações de memes caírem de dezenas de bilhões, as perdas do #MainStreet se aproximarão do tamanho de países”, escreveu o investidor na época em um tweet deletado mas repercutido pelo Business Insider.
Ele acrescentou na ocasião que o problema com cripto, “como na maioria das coisas”, era a alavancagem. “Se você não sabe quanta alavancagem existe em cripto, você não sabe nada sobre cripto”, cravou o gestor.
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