Jorge Stolfi, o professor da Unicamp que se tornou um dos maiores críticos do Bitcoin do mundo, voltou a discutir sobre a maior criptomoeda do mercado no início da noite de sábado (18) no Twitter, um debate antigo que ele tem com alguns usuários da rede. Acostumado a tachar o BTC como “loteria maluca” e “Ponzi”, Stolfi postou:
“Há dois tipos de investidores em Bitcoin: o otário, e o vigarista que espera tirar dinheiro dos otários. A única diferença é se o cara já percebeu que investir em Bitcoin é um Ponzi ou não”. As críticas de Stolfi acompanham a hashtag #Bitcoin seguida do famoso emoji de cocô.
Há dois tipos de investidores em #Bitcoin: o otário, e o vigarista que espera tirar dinheiro dos otários.
— Jorge Stolfi (@JorgeStolfi) February 18, 2023
A única diferença é se o cara já percebeu que investir em #Bitcoin💩 é um ponzi ou não. >>
O debate, contudo, não é de agora — ocorre desde uma publicação de Stolfi voltada ao comitê de finanças do Senado dos EUA, que tem pautas sobre temas do mercado cripto, como a mineração de bitcoin.
Em um tweet do dia 26 de janeiro deste ano, Stolfi escreveu:
“Caros membros do Comitê, por favor, não deixe que os lobistas da mineração de Bitcoin o deslumbrem. As criptomoedas em geral são um desastre absoluto: o maior Ponzi de investimento da história, a raiz do ransomware e uma ferramenta para lavagem de dinheiro — Nada mais”.
Desde então, as declarações de Stolfi passaram a ser refutadas por bitcoiners.
“… Sabe que o bitcoin já morreu mais de 500 vezes? Suplicar para o senado americano não irá mudar nada. A revolução Satoshi virá de qualquer maneira”, disse o usuário @AprendizHoppe na ocasião.
Stolfi respondeu: “… Sabe que “a revolução Satoshi” já esteve pra chegar 5000 vezes? Desde 2009? Aposto que nem era nascido…”.
Os dois se referiram ao criador anônimo do Bitcoin que usou o apelido Satoshi Nakamoto no lançamento da moeda e que até hoje é um mistério.
Durante esta semana, o tweet voltou a se comentado: “Imagino se temos a dificuldade de um ‘professor’ não conseguir ao menos entender os fundamentos do bitcoin sendo uma moeda de troca, claro que temos que descontar a parte cognitiva que pode faltar para alguns nesse caso, mas isso torna qualquer tecnologia lenta na adoção!”, disse o usuário Sandro Fernandes na última quinta-feira (16).
Stolfi respondeu: “Vocês percebem como é dura a vida de professor? Quando os alunos fazem questão de serem ignorantes, e se acham superiores por conta disso?”.
@SenateFinance Dear Committee members, please do not let Bitcoin mining lobbyists dazzle you. Cryptocurrencies in general are an unmitigated disaster: the biggest investment ponzi in history, the root of ransomware, and a tool for money laundering — NOTHING ELSE. >>
— Jorge Stolfi (@JorgeStolfi) January 26, 2023
Professor tem seguidores famosos
Stolfi, 72 anos, que é um dos principais pesquisadores em ciência da computação do Brasil, se firmou como o mais reconhecido crítico do mercado de criptomoedas e Bitcoin no país.
Como é padrão na cultura cripto, é pelo Twitter que dispara suas críticas — onde é seguido por grandes players do setor, como Vitalik Buterin, criador da Ethereum; Michael Saylor, fundador da Microsatrategy; Kris Marszalek, CEO da Crypto.com; e Justin Sun, fundador da Tron.
Em uma entrevista ao Portal do Bitcoin no ano passado, o professor universitário afirmou que criticar o Bitcoin é um “passatempo”, mas trata-se de um hobby ao qual se dedica com vigor. Para ele, o Bitcoin não pode ser considerado uma moeda, já que sua utilização como meio de troca é baixíssimo.
“Todos os lugares que aceitam Bitcoin, não aceitam Bitcoin. Eles aceitam a moeda nacional, seja o dólar, o euro, etc… Um intermediador faz a conversão e paga na moeda nacional. Os lugares que de fato aceitam Bitcoin são realmente muito poucos”, disse Stolfi na época.
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