A Interpol comunicou na quinta-feira (27) os resultados da megaoperação global First Light, que teve como objetivo desarticular redes de golpistas online em 61 países. Segundo a agência de polícia internacional, as ações culminaram na prisão de 3.950 suspeitos e congelamento de US$ 257 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) em ativos, incluindo US$ 2 milhões em criptomoedas.
Financiada pelo Ministério da Segurança Pública da China, a operação contou com a colaboração das agências EUROPOL, AFRIPOL, ASEANAPOL e GCCPOL, a Polícia Federal dos Emirados Árabes Unidos, além de “investigações conjuntas entre as autoridades brasileiras e portuguesas que interromperam diversas redes fraudulentas que operavam globalmente”, diz o comunicado.
O foco dos agentes policiais foram hackers que aplicam golpe de phishing, criminosos por trás de fraude em investimentos, sites falsos de compras online, golpe do amor, além dos golpistas que agem com falsificação de identidade.
Além dos suspeitos presos, a Interpol identificou 14.643 em todos os continentes e que podem estar envolvidos nos crimes investigados. Somente na capital da Namíbia, foram resgatados 88 jovens que eram obrigados a praticar fraudes.
Durante as operações foram congeladas 6.745 notas bancárias, apreendidos coletivamente cerca de US$ 135 milhões em espécie — dólar, euro e iene, e US$ 2 milhões em criptomoedas. A interpol não descreve quais as criptos ou exchanges envolvidas.
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“Foram apreendidos outros bens, avaliados em mais de US$ 120 milhões foram apreendidos, incluindo imóveis, veículos de luxo, jóias caras e muitos outros itens e coleções de alto valor”, descreve a agência.
Interpol rastreia fundos ilícitos
Para chegar aos fundos ilícitos, a Interpol descreve o uso de um mecanismo chamado Global Rapid Intervention of Payments (I-GRIP) para ajudá-los a rastrear e interceptar os rendimentos ilícitos do crime, tanto em moeda fiduciária quanto em criptomoeda.
“Os resultados desta operação policial global são mais do que apenas números — representam vidas protegidas, crimes evitados e uma economia global mais saudável em todo o mundo”, comentou o diretor da Interpol Isaac Kehinde Oginni.
“O mundo está enfrentando graves desafios da fraude de engenharia social, e grupos de crime organizado operam desde o Sudeste Asiático até o Oriente Médio e África, com vítimas em todos os continentes. Nenhum país está imune a esse tipo de crime, e combatê-lo requer uma cooperação internacional muito forte”, disse Yong Wang, chefe do escritório da Interpol em Pequim, China.
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