Inflação, ETF, regulação: por que o Bitcoin não para de subir e o que esperar no futuro

Especialistas brasileiros analisam o atual movimento de alta do bitcoin
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Foto: Shutterstock

Inflação, aprovação de ETF e maior regulação: foram diversos os fatores que fizeram o Bitcoin (BTC) cravar a nova máxima histórica em US$ 66.930 na manhã desta quarta-feira (20).

O Portal do Bitcoin conversou com três analistas do mercado brasileiro para ajudar a explicar o que está impulsionando o preço do ativo — para além da aprovação do ETF de futuros de bitcoin nos Estados Unidos —, e quais as previsões para os próximos meses. 

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Embora o ETF seja um produto de investimento que vai atrair o capital tradicional para o mercado cripto, o acontecimento é muito mais simbólico na visão do investidor Daniel Duarte, autor do livro ‘Bitcoinomics: Uma História de Rebeldia’.

“A aprovação do ETF é muito importante pelo que ela representa. Não é simplesmente o instrumento mas a imagem que ele passa de que agora realmente o bitcoin é um ativo financeiro regulado, com ETF, o que com o tempo vai fazer mais players institucionais entrarem”, disse o trader.

Já o fundador da Nox Bitcoin, João Paulo Oliveira, acredita que a aprovação do ETF de bitcoin vai ter um impacto positivo na criptomoeda ao longo prazo, uma vez que abrem as portas para um público profissional que até então tinha dificuldades práticas de se expor a esse mercado.

“O capital institucional vai finalmente poder entrar em criptomoeda. O capital a que me refiro são de fundos altamente regulados que não podem comprar criptomoedas, como os fundos de pensão que cuidam da aposentadoria e poupança da maior parte dos americanos. Esses fundos que até então não podiam comprar diretamente bitcoin, podem agora se expor à moeda através do ETF”, explica.

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Oliveira diz ainda que o ETF é um marco histórico porque demonstra uma aberta inédita dos reguladores: “Pela primeira vez, a SEC se mostra pró-bitcoin”.

De acordo com Bruno Milanello, executivo de novos negócios do Mercado Bitcoin, a aprovação do ETF vai trazer ainda mais regulação para as criptomoedas a partir do momento que há mais dinheiro entrando no setor.  

“Com a entrada de agentes relevantes surge, quase que automaticamente, mais interesse de órgãos reguladores em supervisionar e  (tentar) ‘proteger’ o investidor de varejo. O FOMO aparece nesse contexto com bastante frequência, uma vez que há a percepção de que os movimentos dos investidores institucionais tem uma magnitude bem grande com significativo impacto nos preços”, disse.

Embora os especialistas concordem que a chegada do ETF foi o empurrão final que o bitcoin precisava para superar a máxima histórica, a moeda sustenta seu crescimento por um conjunto de fatores.

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“A inflação enorme que atinge o mundo inteiro e a impressão de dinheiro desenfreada, sem dúvidas ajudam o bitcoin a ser visto como uma proteção para instabilidades provocadas por movimentos geopolíticos”, diz o trader Raphael Soffieti, que já atuou como consultor no Zro Bank e Foxbit. “O pessoal que antes se protegia com ouro, agora está mudando para bitcoin que prova com o tempo ser de fato um ativo sólido”.

Para onde vai o bitcoin?

Com um recorde de preço novo em folha, o caminho que o bitcoin vai traçar daqui para frente continua incerto, mas na análise do trader Daniel Duarte, a expectativa é que a moeda não desacelere tão cedo:

“O bitcoin está mostrando força. Subiu para US$ 60 mil de forma agressiva em abril, o que dava medo, mas voltou 50% e conseguiu se recompor mesmo com a China banindo as criptomoedas de verdade dessa vez. Então, essa furada de teto com ETF é algo que garante um potencial de alta bem forte”.

Duarte aponta que pelo fato da oferta do bitcoin ser tão baixa, os detentores de longo prazo não mostram interesse em vender suas moedas, “então se não tem vendedor, o preço vai subir”.

Ele arrisca ainda uma previsão: “Ou vai até US$ 88 mil — que é quando todo mundo acha que vai ultrapassar os US$100 mil mas a barreira não é cruzada — ou, se bater nos US$ 100 mil, não vai parar lá e vai subir no mínimo até US$ 120 mil”. 

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João Paulo Oliveira também concorda que o bitcoin tem chances de romper neste ano a barreira psicológica dos US$ 100 mil.

“A confiança nas criptomoedas está maior do que nunca. O mercado está se consolidando, indicadores ficando sólidos, alavancagem de um modo geral mais baixa e mais saudável, sem aquela euforia desenfreada que havia antes. Então acho que é possível sim que o bitcoin atinja os US$ 100 mil como mostra alguns modelos teóricos de preço como o stock-to-flow preveem a ultrapassagem da região”, explica.