Imagem da matéria: Ilha de documentário da Netflix pode virar refúgio de ricaços das criptomoedas
Divulgação/AgiaInternational

Em 2017, o fracasso do Festival Fyre—dirigido pelo criminoso condenado Billy McFarland—foi um drama que se transformou no documentário da Netflix Fyre Festival – Fiasco no Caribe, um grande sucesso do serviço de streaming.

Agora, uma nova empresa quer colocar a ilha nas Bahamas que serviu de palco para o desastrado evento de volta no mapa, com vilas de luxo vendidas através de Tokens Não Fungíveis (NFTs).

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Uma empresa chamada AGIA International afirma que venderá “60 pavilhões e moradias ultraluxuosos” na Ilha Exuma e será “a única comunidade estritamente vendida via NFTs”, de acordo com um nota à imprensa divulgada na quarta-feira. 

As construções variam em tamanho de 92 a 603 m², de acordo com o lançamento. Segundo o site do projeto, os que desejam uma residência na ilha terão que desembolsar US$ 10 mil apenas para entrar na lista de pré-venda do projeto. A expectativa é que as casas variem de preço de cerca de US$ 1,5 milhão a US$ 5 milhões. 

“Compramos esta comunidade porque olhamos para o seu futuro, não o passado”, disse Erik Sanderson, co-fundador da AGIA International. 

O comunicado de imprensa liga também a AGIA International ao Hotel Setai em Miami Beach e ao Hotel Amanyara em Turks e Caicos, mas o Decrypt não foi capaz de confirmar de forma independente esta informação.

No comunicado, Sanderson afirmou que o novo empreendimento criará 150 empregos durante seu processo de construção e 125 empregos de hospitalidade de longo prazo.

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Em uma busca rápida no Linkedin pelo perfil de Sanderson, é possível encontrar uma conexão profissional dele com a AGIA desde 2021. Além dela, Sanderson também parece ser o CEO do Grupo Technomarine, uma empresa de barcos e navegação marinha com sede na Flórida. O co-fundador da AGIA não respondeu imediatamente ao pedido de comentários do Decrypt.

NFTs como escrituras

Embora possa parecer um golpe de Relações Públicas, esta não é a primeira vez que alguém usa, ou planeja usar, um NFT como uma “escritura” de fato, representando a posse sobre uma propriedade física ou um imóvel. Várias casas do mundo real foram vendidas através de NFTs e continuam a sair nas manchetes dos noticiários, mesmo durante uma baixa do mercado cripto.

E as Bahamas, de forma mais ampla, têm um histórico de parcerias com pessoas envolvidos com o mundo cripto—o CEO da FTX, Sam Bankman-Fried—tem sua exchange formalmente sediada por lá, um paraíso fiscal.

Independentemente disso, vale a pena notar que mintar qualquer NFT com base em promessas elevadas e ainda não realizadas pode ser muito arriscado. As transações blockchain também são irreversíveis em redes blockchain como Ethereum, portanto, pode ser impossível para os usuários obterem reembolsos caso o projeto da AGIA se torne o próximo Festival Fyre.

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*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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