Após as prisões na sexta-feira (31) dos três suspeitos de terem hackeados várias contas no Twitter atrás de Bitcoin, mais detalhes do caso vieram à tona, principalmente sobre o provável mentor da ação, o americano Graham Ivan Clark, de apenas 17 anos. De acordo com sua defesa, ele tem US$ 3 milhões em bitcoin (cerca de R$ 15 milhões).
Segundo o The New York Times, na terça-feira (04) ele e seus comparsas Mason Sheppard e Nima Fazelic vão encarar a corte americana online da prisão de Hillsborough, em Tampa, na Flórida (EUA).
Golpista aos 10 anos
Clark começou a dar golpes com 10 de idade quando jogava Minecraft, diz o artigo. Colby Meeds, hoje com 19 anos, disse que Clark o roubou quando eram crianças. Foram US$ 50 (cerca de R$ 250 reais). Clark lhe vendeu um produto de Minecraft e não entregou.
Nick Jerome, hoje com 21 anos, também contou o golpe sofrido. Ele gostou de um nome de usuário no Minecraft e se propôs a pagar a Clark US$ 100, mas assim que enviou o dinheiro foi bloqueado. No YouTube, ele também chegou a ser denunciado por usuários como ‘scammer’.
De acordo com o jornal, em abril deste ano, Clark teve mais de US$ 700 mil (cerca de R$ 3,5 milhões) em bitcoins apreendidos pelo Serviço Secreto dos EUA. Na Justiça americana, o jovem já acumula mais de 30 processos criminais, entre eles, por fraudes.
R$ 15 milhões em Bitcoin
Em meio a pequenos golpes nos jogadores de Minecraft, o menino traduzia aos colegas sua vida familiar como infeliz. Segundo o jornal, seus pais se separam quando ele tinha 7 anos.
Clark mirou o Bitcoin com 16 anos, após um ano interagindo em um fórum de hackers. Na ocasião ele já era tachado como golpista experiente e com um temperamento explosivo, diz o jornal.
Foi naquele fórum que o garoto se aperfeiçoou e construiu ilicitamente uma vida de milionário. No Instagram, ostentava Rolex e roupas de grife. Àquela altura, o jovem já se vangloriava de um roubo de cerca de R$ 4 milhões (US$ 856 mil), apesar de nunca ter sido cobrado por isso.
Segundo o jornal local Tampa Bay Times, o advogado de defesa de Clark disse durante a audiência de custódia no sábado (01) que seu cliente tem em conta hoje US$ 3 milhões (cerca de R$ 15 milhões) em Bitcoin; A fiança estipulada pela Justiça para ele deixar a prisão é de pouco menos de R$ 4 milhões (US$ 725 mil).
O hack no Twitter
O hack começou com um ataque à equipe do Twitter com um spear phishing via telefone, que é o uso de um malware direcionado a um ou mais usuários predeterminados.
Durante a ação, o trio produziu publicações falsas em contas de pessoas famosas que enganaram várias pessoas. A promessa era doar em dobro os bitcoins recebidos.
Os jovens Clark, Mason Sheppard e Nima Fazelic conseguiram arrecadar mais de US$ 600 mil em bitcoin. No entanto, foram presos devido a uma ação rápida do FBI que rastreou as transações blockchain da criptomoeda chegando até eles.
Clark está sendo visto pelas autoridades americanas como ‘mentor’ do ataque que usou ilegalmente contas da Apple, Elon Musk, Bill Gates, entre outras, para postar mensagens de golpes com criptomoedas.