Ilya Lichtenstein, que orquestrou o roubo em 2016 de mais de 119 mil Bitcoins da exchange de criptomoedas Bitfinex, foi condenado a 60 meses de prisão por lavagem de dinheiro, informou o Departamento de Justiça dos EUA na quarta-feira (13).
A decisão marca a conclusão significativa para um dos maiores roubos cibernéticos da história, resultando na recuperação de aproximadamente US$ 10 bilhões em ativos roubados.
A sentença segue uma investigação de sete anos envolvendo várias agências dos EUA, incluindo a unidade de Investigações Criminais do IRS, o Federal Bureau of Investigation e as Investigações de Segurança Interna, juntamente com a empresa forense de blockchain TRM Labs.
As ações de Lichtenstein, em colaboração com sua esposa, Heather “Razzlekhan” Morgan, envolveram a lavagem de Bitcoin, avaliada em cerca de US$ 4,5 bilhões no momento da recuperação. A sentença de Morgan está marcada para 18 de novembro.
Hacker da Bitfinex se declarou culpado
Depois de se declarar culpado de acusações de lavagem de dinheiro em agosto de 2023, Lichtenstein admitiu ter explorado uma vulnerabilidade na infraestrutura de segurança da Bitfinex em 2016 para desviar Bitcoins avaliados na época em cerca de US$ 71 milhões.
De acordo com as declarações do DOJ, Lichtenstein usou técnicas sofisticadas de hacking para violar a segurança da Bitfinex, concedendo a si mesmo acesso não autorizado à sua rede. Ele iniciou mais de 2 mil transações para transferir 119.754 Bitcoins para uma carteira pessoal.
Lichtenstein então movimentou os fundos por meio de milhares de transações complexas em mercados e exchanges na darknet, aproveitando ferramentas de privacidade como misturadores de moedas e criptomoedas voltadas para a privacidade para encobrir seus rastros.
Apesar dos esforços para ocultar seu rastro, as ferramentas de inteligência de blockchain permitiram que as autoridades rastreassem os ativos e executassem uma das maiores apreensões cripto da história dos EUA.
A polícia recuperou aproximadamente 94 mil BTC de uma única carteira em 2022, agora avaliada em bilhões, o que representou um marco crítico na investigação.
Buscas subsequentes revelaram ativos adicionais, incluindo ouro físico, moedas digitais e dólares americanos.
“Esse caso mostra o quanto as investigações de criptoativos evoluíram, especialmente conforme a tecnologia de blockchain se torna mais integral para a aplicação de crimes financeiros”, disse a TRM Labs na quinta-feira (14).
“Com a evolução dos crimes cripto, as ferramentas e técnicas usadas pela aplicação da lei também devem evoluir — e casos como o da Bitfinex destacam a necessidade de avanços contínuos no rastreamento cripto”, finalizou.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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