O governo da Argentina está reprimindo a negociação de criptomoedas no país para acabar com a lavagem de dinheiro e outras atividades ilegais. Mas as medidas mais recentes do país contra o Bitcoin e outras criptomoedas podem, de fato, ter mais a ver com uma tentativa de impedir uma desvalorização adicional de sua moeda nacional, o peso, segundo analistas.
De acordo com uma reportagem do jornal argentino El Cronista, a Unidade de Informações Financeiras (FIU) do país, uma agência governamental que monitora o cumprimento das leis contra lavagem de dinheiro, está buscando controles mais rígidos sobre o comércio de criptomoedas.
“Recentemente, vimos um aumento nas operações realizadas por meio de ativos virtuais”, disse o presidente da FIU, Carlos Alberto Cruz, em comunicado na semana passada. Essas transações “podem ser realizadas por pessoas que pretendem burlar os padrões internacionais e evitar a regulação [anti-lavagem de dinheiro]”, afirmou.
A FIU disse que pretende reunir mais informações sobre indivíduos e entidades envolvidas em negociação de criptomoedas e ordenou uma grande quantidade de instituições, que vão desde bancos e empresas de cartão de crédito a bolsas e fundos mútuos, para denunciar atividades suspeitas. Outras entidades, como empresas de correio, corretoras de ações, ONGs e até galerias de arte e ligas esportivas, estarão sob maior escrutínio pela FIU.
Mas o momento da mudança é revelador. Como El Cronista observou, a ordem da FIU chega no momento em que o governo está enfrentando “mercados de câmbio paralelos” que vêem cidadãos argentinos despejando pesos por moedas estrangeiras mais estáveis.
Como Franco Amati, fundador do Buenos Aires Bitcoin Center, explicou no Twitter, o governo argentino está essencialmente tentando impedir a prática de cidadãos comprando Bitcoin com pesos argentinos e convertendo esses Bitcoins em dólares americanos em bolsas estrangeiras.
Enquanto isso, o volume de negociação de Bitcoin na Argentina está em ascensão, aumentando quase na mesma velocidade em que sua economia está em declínio. De fato, a Argentina começou 2020 com um aumento significativo em negociação de Bitcoin nas plataforma p2p, e o BTC negociou em vários momentos do ano com um ágio dentro do país. (Curiosamente, o mesmo também aconteceu brevemente com a stablecoin DAI, que também é muito popular na Argentina.)
Outros analistas também foram ao Twitter para expressar suas preocupações. O trader e analista de cripto da Venezuela, David Battaglia, condenou a medida como uma manobra destinada a “confiscar a pouca riqueza que os argentinos deixaram”.
O advogado e investidor mexicano Micky Sierra também alertou que a situação pode se tornar perigosa para os investidores na Argentina, caso a FIU comece a buscar a apreensão de fundos de criptomoedas que suspeita estarem envolvidos em atividades ilegais.
*Traduzido e republicado com autorização da Decrypt.coBitcoinTrade: Negocie criptomoedas com segurança e agilidade!
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