Governo chinês obriga mineradores de bitcoin a encerrarem operação em duas regiões

A nova proibição provocou uma queda de hashrate nos maiores pools de BTC
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Reprodução: Shutterstock

Mineradores das províncias chinesas de Xinjiang e Qinghai foram obrigados por autoridades do governo a encerrar a atividade de mineração de bitcoin nesta quarta-feira (9), segundo reportagens publicadas pelo The Block e pelo Decrypt.

Em Xinjiang a recomendação se limitou a uma área específica de mineração, chamada Parque de Desenvolvimento Tecnológico Econômico de Zhundong. Em Qinghai, no entanto, a ordem vale para todos os mineradores da região.

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No caso de Xinjiang, as autoridades citaram como justificativa para a ordem o comentário do Conselho de Estado da China do mês passado que falava sobre repressão da mineração de bitcoin no país. O governo também mencionou uma medida de conservação de energia que está efetiva na China desde 2017.

O jornalista Colin Wu disse no Twitter que a ordem diz “suspender para retificação”, o que, segundo ele, não é tão estrito quanto às medidas contra a mineração emitidas pelo governo da Mongólia Interior.

Segundo o The Block, em Xinjiang a determinação se limitou aos mineradores de bitcoin que atuam no parque tecnológico de Zhundong, uma área de 15.500 km² que abriga diversas usinas de carvão e fábricas industriais. O local está localizado na cidade de Changji.

Devido à alta capacidade de combustível fóssil do parque, algumas das maiores instalações de mineração de bitcoin da China estão localizadas naquela região.

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Suspendam as mineradoras existentes

No caso da província de Qinghai, segundo o Decrypt, o governo determinou que todos os mineradores de criptomoedas da região devem encerrar suas operações.

Um documento com a frase “parem de aprovar e definir novos projetos de mineração de moeda virtual e suspendam todas as operações de mineração existentes” foi divulgado pelo governo.

Autoridades também informaram que vão visitar empresas para verificar se elas estão seguindo as novas diretrizes do Estado.

Contando com as duas proibições desta quarta, a China já proibiu três províncias de minerar criptomoedas. Em março foram os mineradores da Mongólia Interior, região autônoma que faz fronteira com o país e a Rússia, os alvos do governo.

Queda do hashrate

A China concentra a maior parte dos mineradores da criptomoeda. Por essa razão, a intervenção de hoje do governo pode ter provocado uma queda no hashrate do bitcoin, ou seja, o poder computacional dedicado à rede.

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De acordo com os dados do agregador BTC.com, os maiores pools de mineração registraram grandes quedas de hashrate nas últimas 24 horas. 

Os três pools chineses que lideram a indústria – AntPool, Poolin e F2Pool – caem 23%, 17% e 24%, respectivamente. As perdas também superam 18% no caso do Huobi.pool, Binance Pool e BTC.com. 

A estimativa é que a dificuldade do bitcoin caia 5,12% quando for ajustada daqui três dias. Esse reequilíbrio acontece a cada duas semanas e torna a mineração mais fácil ou difícil dependendo de quanto recurso computacional está dedicado à rede.

No último ajuste que aconteceu no domingo (30), a dificuldade caiu 16%, a maior queda do ano. Naquele momento, alguns mineradores chineses começaram a desligar suas máquinas temendo novas repressões do governo chinês.

O pool BTC.TOP, por exemplo, já interrompeu suas atividades na China e segundo especialistas do mercado, a tendência é que mais empresas sigam o exemplo e migrem suas fazendas de mineração para outros países com o tempo.

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