O peso digital pode servir como uma fonte de investimentos alternativa para os argentinos, na visão de Raúl Jalil, governador da Província de Catamarca. Ele propôs a criação de uma moeda digital oficial (CBDC) a Alberto Fernández, presidente da Argentina, na última semana, de acordo com o jornal El Alancasti.
Nessa linha, o governador planeja iniciar a digitalização de forma local, na própria província, por meio da tokenização dos royalties de mineração. Ele também deseja que o governo federal argentino auxilie na criação do peso digital.
“O desenvolvimento de instrumentos financeiros digitais foi acelerado, nesse momento de falta de oportunidades de investimentos e em meio à crise global provocada pela Covid-19”, declarou o político ao jornal. Ele acredita que os ativos digitais podem potencializar o desenvolvimento local, diz a publicação.
Jalil quer apoiar a economia da Catamarca e da Argentina através das criptomoedas, das carteiras digitais, da tokenização de ativos e do crowdfunding, sugere o portal. Assim, ele pensa em criar uma moeda digital nacional ou até mesmo provincial, caso exista o respaldo do governo argentino.
Porém, antes disso, o governador clama por um marco regulatório sobre o tema. A legislação deve “proteger os investidores, velar pela justiça e facilitar a formação de capital”, alegou ao jornal. A proposta de Jalil contém 10 páginas e é intitulada “A necessidade de uma estratégia fintech no país”, de acordo com o portal iProUp.
A economia argentina passa por apuros há anos, com o aumento da inflação e a desvalorização da moeda local. Desse modo, o acumulado da inflação, em 2020, foi de 36%, de acordo com o Valor Econômico. Ademais, o dólar valorizou aproximadamente 40% em relação ao peso no mesmo período, segundo os dados do TradingView.
Internautas argentina criticam solução
Diversos internautas criticaram a possibilidade de criação de um “Bitcoin argentino” no Twitter. “Não precisamos de um Bitcoin Argentino; necessitamos que a Argentina adote o Bitcoin,” afirmou o perfil “Tech con Catalina“.
“Me pergunte como vamos na Venezuela, com o Petro (criptomoeda estatal)! Certamente não é uma ideia ruim, mas necessita de um grande investimento e infraestrutura. Infelizmente, para nós, não está funcionando. Isso não quer dizer que a história vai se repetir na Argentina”, argumentou Jhoan Viñas.
Para a maior parte dos usuários que comentaram na publicação de Catalina, a volatilidade do peso e a centralização econômica pesarão contra o sucesso de uma eventual criptomoeda argentina. “O valor do Bitcoin não está no código, que é aberto, mas sim na REDE. Na confiança por trás de cada nó, de cada minerador. Quem confia no peso argentino?”, provocou o perfil Davidvnzla13.