Não está fácil a vida dos detentores do token XRP, criado pela Ripple. O impacto do processo da SEC (equivalente à Comissão de Valores Mobiliários no Brasil) fez com que a gestora brasileira Hashdex retirasse a criptomoeda de seu índice, o HDAI.
A exclusão será feita nesta quinta-feira (24), segundo a gestora afirmou ao Portal do Bitcoin.
Em nota, a Hashdex disse que convocou uma reunião de seu comitê de supervisão por causa da ação justamente para avaliar o impacto e as possíveis consequências para índice, que representa cerca 2,5% do portfólio do fundo máster.
“Com isso, nossos fundos Voyager, Explorer e Discovery não mais terão exposição indireta a tal ativo. Isso não representa um risco de impacto significativo no valor das cotas dos fundos brasileiros, dada a limitação da representatividade do XRP em seus portfolios”, disse na nota o diretor jurídico da Hashdex, Bruno Sousa.
O principal motivo para a decisão foi que o comitê da empresa acredita que a posição da SEC de que é a XRP é um valor mobiliário deve prevalecer. “Tal risco desde já compromete sua manutenção no índice, inclusive por prejudicar sua replicabilidade”.
Até a metade de dezembro, a Hashdex tinha captado quase meio bilhão de reais e conquistado 16 mil cotistas. A rentabilidade em 2020 foi de 210%.
O Portal do Bitcoin consultou também os responsáveis por outros fundos brasileiros. Contudo, BLP, Vítreo e QR Asset afirmaram não possuir posições na criptomoeda desenvolvida pela Ripple.
Adeus, XRP
Outras empresas do mercado tomaram decisões semelhantes. A Bitwise, com US$ 245 milhões sob gestão, também se desfez de sua posição na moeda — que compunha 3,8% do portfólio.
A XRP chegou a cair quase 50% após o anúncio da SEC. A empresa e seus executivos são acusados de vender valores mobiliários não registrados por meio de seu token.