A GAS Consultoria fazia as transações de criptomoedas por meio de exchanges sem presença oficial no Brasil para conseguir fugir da fiscalização da Receita Federal. A empresa de Glaidson Acacio dos Santos vendia e comprava por meio das exchanges Bitstamp, Bittrex, Binance e Bitfinex.
Apenas com a Binance, Glaidson, chamado de “Faraó do Bitcoin”, movimentou mais de R$ 1 bilhão, segundo reportagem do jornal Valor Econômico.
Glaidson passou a utilizar corretoras estrangerias depois de ter sido barrado pela Foxbit Serviços Digitais, que segue as normas da Receita Federal do Brasil e travou as operações da GAS em 2017 por suspeita de fraude.
A pirâmide da GAS Consultoria
Glaidson começou a operar com criptomoedas em 2014, quando trabalhava como garçom. Em pouco tempo criou a empresa, alardeando o ‘fantástico investimento sem risco’. Prometia retorno de 10% ao mês, como uma caixa mágica na qual você apenas coloca o dinheiro, nunca perde e ainda ganha mensalmente.
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O empresário foi preso no dia 25 de agosto durante a ‘Operação Kryptos’, deflagrada pela Polícia Federal e resultado de uma investigação em decorrência de denúncias da CVM e Ministério Público.
Durante a operação, descobriu-se que ele escondia em sua casa várias malas de dinheiro, carros de luxo, joias, e 591 bitcoins que agora serão convertidos em reais. Já no dia 16 de setembro, o Ministério Público Federal (MPF) anunciou que autorizou a venda imediata de R$ 150 milhões em bitcoin apreendidos de Glaidson.
A empresa formada por Glaidson foi registrada como G.A.S Consultoria e tem patrimônio de R$ 75 milhões, sendo registrada na Junta Comercial do Rio de Janeiro. Glaidosn possui 80% de participação e o restante é de sua mulher, a venezuelana Mirelis Yoseline Zerpa, que é considerada foragida pela Justiça.
Justiça confirma prisão
A Justiça já negou dois pedidos de Habeas Corpus feitos pela defea de Glaidson, sendo a última decisão tomada no Superior Tribunal de Justiça (STJ), última instância antes do Supremo Tribunal Federal. O desembargador Jesuíno Rissato, da quinta turma do STJ negou o HC apontando indícios de movimentações financeiras atípicas que chegariam a bilhões de reais, valores que estariam sendo remetidos ao exterior.
Conforme explica o STJ, isso é “uma possível forma de ocultar o patrimônio investigado”. O juiz também considerou o potencial risco de fuga dos investigados e a possibilidade de “lesão irreversível aos investidores”.