Imagem da matéria: Fusão do Ethereum é concluída com sucesso e se inicia uma nova era da criptomoeda; veja como foi “The Merge”
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Exatamente às 03h42 (horário de Brasília) do dia 15 de setembro de 2022, foi concluída com sucesso a Fusão (Merge) do Ethereum, atualização que concretizou a troca de consenso da rede do modelo proof-of-work (PoW) para o proof-of-stake (PoS).

Neste horário, a variável Terminal Total Difficulty (TTD), que representa a soma da dificuldade de mineração de todos os blocos da rede proof-of-work, atingiu o número marcado para dar início à Fusão e o Ethereum oficialmente trocou de mecanismo de consenso.

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Quando isso aconteceu, a camada de execução do Ethereum (a rede que usávamos até então) se uniu a camada de consenso Beacon Chain para começar a adicionar novos blocos através do modelo proof-of-stake. A partir desse momento, o Ethereum passou a desconsiderar qualquer bloco proposto por mineradores na rede proof-of-work.

A comunidade cripto ficou mais do que desperta para acompanhar de perto todas as etapas da atualização. Na transmissão oficial acompanhada por mais de 40 mil pessoas, a comemoração foi generalizada quando a imagem de um panda apareceu na tela, com a legenda “POS Activated”:

Transmissão ao vivo do momento em que a Fusão foi ativada (Imagem: Reprodução/YouTube)

Após as comemorações, os desenvolvedores voltaram a ficar tensos já que os 12 minutos posteriores à Fusão seriam cruciais para determinar se a transição de consenso teria dado certo ou não.

Esse é o tempo que levou para que as duas primeiras épocas (epoch) da rede fossem finalizadas — o que aconteceu com sucesso. Os desenvolvedores ficaram surpresos com o quão estável a rede ficou após a Fusão. Dos 100 primeiros blocos da rede pós-fusão, apenas um bloco foi perdido. 

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“O Merge foi muito bem-sucedido. A participação está bem alta, com mais de 95% de validadores em todas as épocas. Então já se pode afirmar que o Merge foi bem-sucedido na rede principal do Ethereum”, disse ao Portal do Bitcoin o analista de Research do MB, Rony Szuster, que acompanhava a Fusão ao vivo por volta das 4h da manhã.

Vitalik Buterin, cofundador e principal mente por trás do Ethereum, foi às 3h59 na conta oficial no Twitter confirmar para a comunidade o sucesso da atualização:

“E finalizamos! Feliz merge para todos. Este é um grande momento para o ecossistema Ethereum. Todos que ajudaram a fazer a fusão acontecer devem se sentir muito orgulhosos hoje”, escreveu.

Com a mensagem final de Buterin, a comunidade cripto pode finalmente respirar aliviada. 

Leia também: Fusão do Ethereum: Tudo que você precisa saber sobre a maior transformação da criptomoeda

O atual estado da rede

Às 7h da manhã desta quinta-feira (15), a rede do Ethereum atualizada está funcionando normalmente, sem nenhum problema identificado até o momento.

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De acordo com dados da beaconcha.in, há atualmente 427.191 validadores ativos na rede que acumula 13,669,996 ETH travados em staking.

A taxa de participação da camada de consenso, Beacon Chain, também está alta, com 99,6% dos validadores operacionais no momento.

A taxa de participação, ou seja, o número de validadores ativos na rede com seus softwares atualizados sendo capazes de validar blocos, é algo importante de acompanhar. Isso porque a taxa não pode ser baixa. O ideal é que, após a Fusão, a participação fique sempre acima dos 66% — ou ⅔ dos validadores operacionais.

Taxa de participação dos validadores de Ethereum
Taxa de participação dos validadores de Ethereum (Fonte: BeaconScan)

Neste primeiro momento, a atualização teve pouco impacto na flutuação do preço do ETH. A criptomoeda está sendo negociada por volta de US$ 1.590, uma queda de 0,4% nas últimas 24 horas, segundo o CoinMarketCap.

Uma nova era do Ethereum

A partir de hoje, a forma como os participantes da rede do Ethereum confiam uns nos outros na tarefa de validar transações e adicionar novos blocos na blockchain, passa a ser baseada unicamente no sistema proof-of-stake.

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Essa mudança traz benefícios importantes, como uma redução de mais de 99% do uso de energia do Ethereum, uma vez que não haverá mais a mineração da criptomoeda, uma atividade altamente dependente de poder computacional.

Do lado dos investidores, a Fusão é positiva porque vai resultar numa queda significativa na emissão de novos ethers no mercado. Sem os mineradores, apenas os validadores serão remunerados no modelo proof-of-stake, o que vai derrubar o número de ETH emitido por dia. A expectativa então é que comece a surgir blocos deflacionários.

O impacto da atualização na emissão de ether já é visível. De acordo com o site ultrasound.money, menos 183.06 ETH foram emitidos em pouco mais de duas horas após a Fusão.

Embora a Fusão não torne as transações mais rápidas e baratas neste primeiro momento, a mudança de consenso vai preparar o terreno para que outras atualizações, focadas em melhorias de escalabilidade, como o sharding, cheguem no ano que vem.

Como a rede do Ethereum funciona agora

O evento de hoje representa o fim da rede proof-of-work (PoW) do Ethereum. Antes, a rede era protegida por mineradores ao redor do mundo que dedicavam poder computacional de hardware para validar as transações e criar novos blocos. 

Esse sistema PoW, ainda usado pelo Bitcoin, é baseado na concorrência: o minerador que tiver a máquina mais potente consegue sair na frente e ganhar uma recompensa na forma de criptomoedas recém-geradas pelo bloco adicionado à rede.

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Essa concorrência não existe no modelo proof-of-stake, que usa um processo de eleição para escolher de forma aleatória qual validador vai adicionar o próximo bloco na blockchain. 

O usuário deve bloquear pelo menos 32 ETH para fazer parte desse pool de validadores.

Esse bloqueio de fundos, chamado de staking, funciona como um depósito de segurança: se o validador não faz seu trabalho correto, ele é punido com a perda das criptomoedas travadas no protocolo.

O Ethereum enfrentava problemas no modelo proof-of-work, que não era mais capaz de atender ao volume da rede, resultando em transações lentas e caras. De qualquer modo, a mudança para o sistema PoS é algo que estava nos planos do Ethereum desde que Vitalik Buterin introduziu o projeto ao mundo em 2014.

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