FTX supera Coinbase pela primeira vez e se torna segunda maior corretora do mercado

Em maio, a Coinbase processou um número recorde de transações no mês, mas ficou para trás devido ao ticket médio inferior
Grafico mostra trajetoria dos preços

Foto: Shutterstock

Em maio, a corretora de criptomoedas FTX ultrapassou sua adversária Coinbase em termos de volume negociado de bitcoin (BTC), apesar de a Coinbase ter registrado um número recorde de negociações, de acordo com um relatório recente da fornecedora de dados cripto Kaiko.

A discrepância no volume negociado em comparação ao número de negociações indica que o valor médio do ticket em dólares por negociação na Coinbase era menor do que na FTX. “O tamanho médio na FTX (cerca de US$ 2 mil) é quase o dobro do que o da Coinbase (cerca de US$ 1 mil) para o par BTC-USD”, afirma o relatório.

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Como resultado, segundo outra base de dados, esta do portal The Block, a FTX é agora a segunda maior exchange centralizada, com uma participação de mercado de 10,8% no mês contra os 9,6% da Coinbase. A liderança é da Binance, que registra 64,1%.

Apesar de a Coinbase manter sua influência entre usuários, analistas da Kaiko informaram que diversas corretoras menores, como a Bitfinex e a Bitstamp, perderam grande parte de sua participação de mercado.

“A tendência sugere que o mercado está se consolidando em meio ao negativo sentimento prolongado, em que participantes menores estão tendo mais dificuldade em acompanhar a competição”, explica o relatório.

Coinbase processa um número recorde de negociações (Imagem: Kaiko)

A Coinbase também registrou um grande aumento nos volumes negociados em maio. No entanto, falhou em ultrapassar as altas recordes registradas durante as liquidações em 19 de maio de 2021 durante a grande repressão ao bitcoin na China.

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Na época, o bitcoin e o ether perderam 30% e 40% de seu valor, respectivamente, e grandes corretoras cripto passaram por problemas técnicos por conta da alta atividade de negociação.

Esses problemas incluíam “tempo de inatividade intermitente” na Coinbase, uma interrupção nos saques de tokens relacionados ao Ethereum na Binance e “problemas de conectividade” informados por usuários da Kraken.

Premium negativo na Coinbase

O relatório também destaca o chamado “premium da Coinbase” — a diferença entre preços a cada hora para o par BTC/USD na Coinbase e na Binance. Em maio, esse premium ficou negativo após ter ficado positivo durante quase seis meses.

Preço do bitcoin vs. premium na Coinbase (Imagem: Kaiko)

“Às vezes, essa métrica é considerada como um medidor de sentimento institucional porque o volume institucional negociado contabiliza mais de 76% da atividade negociada na Coinbase enquanto a Binance é bastante direcionada pelo varejo”, explicou Kaiko.

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Outro motivo pela mudança na estrutura de mercado, segundo o relatório, é a contínua volatilidade da stablecoin USDT da Tether.

A USDT, que também perdeu parte de sua paridade ao dólar em maio, é negociada “a um desconto contínuo, porém bem pequeno ao dólar”, forçando uma divergência nesses dois mercados de cerca de US$ 40, em média, nas últimas duas semanas.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.