O mais novo aplicativo queridinho da internet é o Friend.tech, uma rede social descentralizada (DeSo) que permite que os usuários monetizem suas contas no X (antigo Twitter), criando “ações tokenizadas”, que outras pessoas podem comprar e vender em troca de ganhos financeiros e outras vantagens.
O hype é tão grande que, em menos de dez dias desde seu lançamento, o aplicativo conseguiu gerar taxas de mais de US$ 1,4 milhão no acumulado das últimas 24 horas, ficando entre os três maior projetos de criptoativos no critério de taxas pagas, atrás apensa do Ethereum e da Lido Finance, ou seja, superando o Bitcoin e outros projetos conhecidos como Uniswap e Tron.
A plataforma ainda está em fase inicial, com recursos ainda limitados e alguns problemas técnicos, mas ela segue crescendo rapidamente atraindo uma grande quantidade de usuários. Por conta disso, já se começa a falar sobre essa ser a nova grande aposta para se ganhar dinheiro com criptomoedas – mas é preciso tomar bastante cuidado.
Nesta segunda-feira (21), por exemplo, Banteg, um colaborador anônimo da Yearn Finance, publicou dados vazados mostrando que já são mais de 100 mil usuários na Friend.tech, fornecendo ainda endereços de carteira e nomes de usuário do Twitter desses participantes.
Além disso, Banteg também afirmou que nos termos de permissões dadas ao aplicativo, usuários estariam concedendo, provavelmente sem perceber, autorização à Friend.tech para postar em seus nomes.
Alexandre Vasarhelyi, sócio-fundador da gestora BLP Crypto, já experimentou a plataforma e se diz otimista com a ideia do aplicativo. “Eu não estou endossando o programa, mas eu gostei do conceito”, disse ele ao Portal do Bitcoin.
Segundo o gestor, ainda é tudo muito novo, mas ideia de monetizar sua própria rede social é boa. Ele lembra, porém, que esse pode ser apenas o início de alguma plataforma do tipo, sendo que outras empresas podem lançar produtos melhorados no futuro.
Entenda tudo sobre a nova mania da internet abaixo:
O que é Friend.tech?
Friend.tech, uma rede social descentralizada (DeSo) que permite que seus usuários criem ações tokenizadas de suas contas no X para vender a outros participantes e ganhar dinheiro.
Além disso, quem compra ações de outros usuários tem o direito de entrar em uma conversa privada com essa pessoa, tornando a plataforma atrativa, por exemplo, para fãs que querem acesso a influenciadores nas redes sociais.
O projeto é mais um exemplo de uso da Web3, já que dá poder ao usuário para poder ganhar dinheiro com uso de redes sociais e outros sites.
Rumores apontam que um desenvolvedor conhecido apenas como Racer seja o responsável pela plataforma, mas não existe comprovação sobre isso.
Como funciona a Friend.tech?
O aplicativo funciona na blockchain de segunda camada da Coinbase, chamada Base, e basicamente serve como uma forma de monetizar redes sociais.
Por enquanto, seu uso ainda está resumido a permitir que usuários vendam ações tokenizadas de suas contas pessoais e troca de dar acesso aos compradores para conversas privadas ou grupos fechados dentro do Friend.tech.
A plataforma cobra uma taxa de 5% sobre as transações de compra e venda de ações, sendo que o spread das negociações representa o lucro do usuário.
Vasarhelyi explica algumas possibilidade de uso da plataforma, que pode ser usada como substituição a grupos no WhatsApp ou Telegram em que criadores de conteúdo e especialistas conversam com pessoas para venderem suas análises, por exemplo.
“Se o trabalho dessa pessoa é bom, vai aumentar a demanda pelo seu serviço e o preço da ação dele vai subir no aplicativo”, explica o gestor.
Como participar da Friend.tech?
Por enquanto só quem recebe um convite consegue criar uma conta. Após conseguir um, o usuário se cadastra no aplicativo e a combina com sua conta do X.
Além disso é preciso ter “créditos” na carteira da plataforma, que é feita com tokens de Ethereum (ETH), que por sua vez são usados para pagar pela compra de “ações” de outros usuários.
A partir disso, a ideia é que usuários, principalmente influenciadores de criptomoedas e nomes mais conhecidos, possam monetizar suas contas, ganhando royalties sobre as taxas de negociação, ao mesmo tempo que fãs podem ter benefícios ao comprarem os ativos.
Outro uso que tem ganhado força é para projetos novos conseguirem recursos para aperfeiçoarem suas plataformas, contando com que interessados comprem suas ações como forma de contribuição financeira aos desenvolvedores.
Promessas da Friend.tech
Assim como a ideia geral trazida pela web3, o aplicativo colabora para dar mais poder – e um retorno financeiro – ao usuário, permitindo que ele faça parte da cadeia do negócio das redes sociais, e não apenas a empresa controladora.
Em suas redes sociais, David Phelps, cofundador da Jokerace e da EcoDAO, afirmou que a experiência de usuário dentro do Friend.tech é a “melhor que as criptomoedas já viram”.
Segundo ele, entre os pontos de destaque estão o fato que não é necessário fazer download por meio de uma conta em uma loja de aplicativos, o que reforça a ideia de descentralização, além de que a plataforma transfere os fundos automaticamente para a conta, e também que não é necessário ficar realizando várias transações por meio de assinaturas na Metamask.
Os riscos da Friend.tech
Por ser um projeto novo, o risco de não dar certo é o primeiro que o usuário precisa tomar cuidado. Assim como uma rápida ascensão, é comum também projetos recentes quebrarem da noite para o dia e deixarem os clientes sem recursos.
Ao Portal do Bitcoin, Vasarhelyi avaliou que ainda não vê a plataforma com grande escalabilidade, sendo que os grupos de chats devem comportar poucas pessoas. “Eu acho que é para um grupo pequeno de pessoas, não dá para ter milhares no chat”, disse.
Outro ponto, que já até aconteceu, é o risco de vazamento de dados ou potenciais hacks. Com apenas dez dias de existência já foi divulgada uma lista com os dados de endereços de carteiras e nomes de usuários no X de quem já está na plataforma.
Por fim, um risco que se liga ao primeiro é entender se o modelo de negócio do aplicativo é sustentável, algo que já tem gerado algumas críticas, mas que pode sofrer mudanças em breve conforme a própria plataforma se desenvolve e melhora.
O modelo é sustentável?
No X, o usuário Yazan comentou que algo não parece certo no modelo do Friend.tech, indicando que não acredita que a empolgação sobre o aplicativo irá durar muito tempo.
Segundo ele, o chat não funciona direito ainda e a forma como os preços das ações é alocada torna muito fácil para alguém tomar vantagem sobre isso, inclusive com a possibilidade do chamado “pump and dump”, quando o preço é inflado de forma artificial para em seguida ser vendido em massa pelos proprietários, derrubando a cotação e enganando os clientes.
Segundo Vasarhelyi, não dá ainda para dizer que o modelo seja sustentável financeiramente: “É uma ideia, e em cripto já vimos várias ideias. Se é sustentável ou não, não cabe a mim dizer, o que eu posso falar é que a ideia é boa”, você monetizar um canal”.
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