Uma força-tarefa formada por 65 organizações do setor público e privado dos Estados Unidos, estuda há mais de três meses formas de combater o avanço dos ataques de ransomware.
Na semana passada, o grupo publicou um relatório de 80 páginas que, entre outras recomendações, pede por um endurecimento da fiscalização das criptomoedas nos EUA.
Os ativos digitais estão no radar dessas organizações porque é a principal forma de pagamento usada por criminosos que praticam ransomware.
Neste tipo de ataque, um sistema é feito refém por um hacker que só libera o acesso novamente se um pagamento, geralmente em bitcoin, for feito.
O estudo realizado por especialistas de organizações que vão desde FBI e Europol, até Microsoft e Amazon, apresenta 48 recomendações. Elas são divididas em cinco pontos cruciais de atuação, sendo um deles focado nos criptoativos.
Conforme já havia sido antecipado pela Reuters, o documento pede por uma supervisão mais agressiva das corretoras de criptomoedas que operam no país.
Apesar de reconhecer que já existam regulamentações no setor, a força-tarefa considera que o Departamento do Tesouro deve obrigar que as leis de combate à lavagem de dinheiro e o terrorismo sejam adotadas por todos os participantes do mercado.
Fiscalização de exchanges
Entre as empresas que já seguem as normas, a força-tarefa pede que a fiscalização seja aumentada. “Como é um setor relativamente novo, esses negócios de criptomoedas existem em um espectro de legitimidade, regulamentação e conformidade, e lidam com quantidades variáveis de transações com fundos ilícitos”.
Segundo a força-tarefa, as exchanges localizadas em jurisdições com leis menos rígidas são as preferidas dos criminosos que praticam ransomware, já que facilitam o saque de fundos ilegais.
O relatório chega a citar as corretoras Binance e Huobi entre aquelas que “têm regras KYC muito menos rigorosas, especialmente ao lidar com traders OTC”.
Outra recomendação da força-tarefa também pede que o governo incentive o compartilhamento voluntário de informações entre empresas da indústria cripto e agentes da lei.
O objetivo central das organizações que desenvolveram o estudo é incentivar que a Casa Branca forme uma comissão de combate aos ataques ransomware. Quando criado, esse grupo deverá colocar em prática as recomendações publicadas no relatório.
Segundo o jornal The Washington Post, o Comitê de Segurança Interna da Casa Branca vai realizar na semana que vem uma audiência pública para ouvir as organizações e planejar ações futuras.