O Fundo Monetário Internacional (FMI) analisou o estado de adoção, os riscos e os potenciais das criptomoedas e Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs) no mundo. O artigo resultante foi publicado na quinta-feira (22) e foca na América Latina e Caribe, com destaque para a experiência atual no Brasil e para a afirmação de que “proibir o uso de criptoativos não é uma solução efetiva para o longo prazo.”
É uma mudança e tanto de rota para a instituição: em fevereiro deste ano, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, havia se demonstrado favorável à proibição das criptomoedas, devido à existência de possíveis riscos para a estabilidade financeira global.
A visão do Fundo Monetário Internacional parece ter mudado, agora sugerindo a aplicação de medidas pragmáticas não-proibitivas, junto a uma regulamentação efetiva:
“Abordando os impulsionadores da demanda de cripto, incluindo as necessidades não atendidas de pagamentos digitais dos cidadãos e melhorando a transparência e registrando as transações de criptoativos nas estatísticas nacionais.”
Nesta linha, o artigo afirma que a América Latina e o Caribe (LAC) estão liderando a adoção de dinheiro digital no mundo.
O estudo cita Brasil, Argentina, Colômbia e Equador ranqueados entre os 20 países com maior adoção global de criptoativos; El Salvador reconhecendo Bitcoin (BTC) como moeda de curso legal; além do desenvolvimento de CBDCs no Brasil, Bahamas, Jamaica e pela União Monetária do Caribe Oriental (ECCU, no inglês).
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Em contrapartida, o FMI cita os efeitos negativos da proibição de criptomoedas na Argentina e na República Dominicana, além da baixa adoção de uso do Bitcoin em El Salvador.
O Fundo também explica os riscos de volatilidade envolvendo uma moeda puramente baseada nas leis naturais da oferta e demanda, sem lastro físico ou controle governamental.
Para esta preocupação, o artigo sugere que as Moedas Digitais dos Bancos Centrais (CBDCs) oferecem o potencial de melhorar os sistemas de pagamentos dos países da América Latina e Caribe, aumentando a democratização do acesso ao dinheiro.
A solução sendo desenvolvida no Brasil também recebeu elogios, ao se encontrar em estágios avançados de “prova de conceito”, buscando aprimorar a “tokenização de ativos” transformando ativos, como imóveis, ações e commodities, em representações digitais para facilitar sua transferência e aumentar sua liquidez.
Recentemente, o FMI também apresentou um projeto para criar sistema global de criptomoedas estatais. Visando integrar as CBDCs de diversos países em um sistema único, sob seu controle.
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