Glaidson Acácio dos Santos, o famoso “Faraó do Bitcoin” preso por operar a pirâmide financeira da GAS Consultoria, deve deixar em breve o presídio Bangu 1, no Rio de Janeiro, para ficar detido na penitenciária federal de Catanduvas, no interior do Paraná.
O pedido de transferência partiu da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que viu indícios de que Glaidson continua liderando sua organização criminosa a partir do presídio, chegando inclusive a corromper agentes do estado para fazer isso.
Conforme noticiou o G1, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) abriu na quinta-feira (22) a vaga em Catanduvas para receber Glaidson. Para que a transferência aconteça ainda é preciso que o juiz Paulo Sérgio Ribeiro, corregedor da penitenciária, analise o caso.
De acordo com investigação do Ministério Público, Glaidson “indiscutivelmente é líder de organização criminosa que, a despeito da prisão de boa parte dos membros, ainda opera violentamente corrompendo agentes do estado”.
Ao analisar a denúncia do MP, o juiz Marcelo Rubioli seguiu a recomendação de pedir a transferência de Glaidson, dando mais detalhes de como o piramideiro tenta contornar as restrições do local para seguir liderando sua organização criminosa:
“Indiscutível que causa sobremaneira vulnerabilidade não só ao sistema carcerário como à ordem pública a presença do acusado, mormente porque boa parte dos seus sicários se encontram foragidos, entretanto, visitando-o. Além disso, é comprovada a tentativa de fornecimento de aparelhos celulares ao mesmo com certeza para que continue a gerenciar a operação não só de fraude ao sistema financeiro nacional como de homicídios e opressões”, diz trecho da decisão do juiz.
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Faraó do Bitcoin vai a júri popular
A Justiça do Rio de Janeiro decidiu na terça-feira (20) que o criador da GAS Consultoria, Glaidson Acácio dos Santos, irá a júri popular por acusação de homicídio agravado pela prática de extermínio de seres humanos.
Conforme descrito na sentença, “Faraó dos Bitcoins”, “Papai”, “Patrão” e “01” — todos nomes pelos quais Glaidson é chamado — é acusado de mandar matar duas pessoas: Wesley Pessano Santarem e Adeilson José da Costa, que sobreviveu à tentativa de homicídio.
A motivação dos crimes, diz a denúncia oferecida pelo Ministério Público, era que ambos atuavam no mesmo ramo que a GAS Consultoria na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, e eram considerados concorrentes.
Tais crimes foram cometidos antes de Glaidson ser preso no âmbito da Operação Kryptos em agosto de 2021. Na ocasião, outros membros do esquema foram presos, enquanto alguns conseguiram escapar da polícia e fugir do Brasil, como a esposa de Glaidson, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa.
A GAS Consultoria captava clientes com promessas de rendimentos que supostamente viriam do trade de criptomoedas. Mais tarde, seu modelo de operação revelou ser uma pirâmide financeira, que desencadeou uma série de investigações pelas autoridades brasileiras.
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