Faraó do Bitcoin quer reaver na Justiça R$ 72 milhões doados à Igreja Universal

Na ação, criador da GAS Consultoria alega que a Universal demonstrou “ingratidão” ao levantar suspeitas sobre recursos doados por ele
Imagem de Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin

Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin (Foto: Reprodução)

O criador da GAS Consultoria, Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o Faraó do Bitcoin e atualmente preso no Rio de Janeiro por suspeita de crimes financeiros, entrou com uma ação de cobrança na Justiça do Rio de Janeiro no valor de R$ 72,3 milhões contra a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).

Segundo informações do site O Globo nesta quarta-feira (30), o valor é referente a doações feitas por ele à entidade religiosa na qual já atuou como pastor.

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De acordo com a ação, iniciada em setembro deste ano e que corre na 1ª Vara Cível da Comarca de Cabo Frio, Glaidson alega que a IURD demonstrou ingratidão ao levantar suspeitas sobre a origem lícita dos recursos, afirma a reportagem.

Ao fundamentar o motivo da revogação das doações, feitas nos anos de 2020 e 2021, o empresário citou, dentre outros aspectos, sua atuação como voluntário na causa da entidade, exercendo, inclusive a função de missionário.

Além do pedido de restituição milionário, Glaidson também pede nos autos uma compensação de R$ 200 mil por danos morais, conforme explicou seu representante ao O Globo, o advogado David Augusto Cardoso de Figueiredo. Para ele, não há dúvidas de que a IURD agiu de má-fé com seu cliente ao se “locupletar” (endinheirar-se) com as doações e mesmo assim pedir abertura de inquérito contra ele.

A reportagem ainda cita um trecho de um discurso proferido ao público da IURD feito pelo Bispo Renato Cardoso, liderança da igreja, no Templo de Salomão. Segundo o religioso, Glaidson não teria explicado a origem do dinheiro doado à entidade depois de questionado por diversas vezes, o que causou estranhamento e consequentemente o pedido de investigação.

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De acordo com o portal UOL, em publicação no último dia 22, Glaidson tinha em sua lista de clientes 160 pessoas que eram da Igreja Universal do Reino de Deus ou que trabalhavam na TV Record.

O grupo de pessoas levou um prejuízo que chega em R$ 8,71 milhões. Segundo a reportagem, quem atraiu todas essas pessoas para a pirâmide financeira criada pelo Faraó do Bitcoin foi Fabiano Freitas, ex-pastor da igreja de Edir Macedo.

A GAS Consultoria é investigada por pirâmide financeira através de ofertas de investimentos em criptomoedas. O empresário Glaidson, o Faraó, está preso na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó desde agosto do ano passado, também acusado de vários crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, além de suposta participação em um crime de homicídio e outro de tentativa de homicídio.