Faraó do Bitcoin: Ministério Público pede que criador da GAS Consultoria seja proibido de concorrer na eleição

Promotores ressaltam que Glaidson Acácio dos Santos é alvo de liquidação judicial e que Lei da Inelegibilidade veta candidaturas nesses casos
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Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin. Foto: Reprodução

A candidatura de Glaidson Acácio dos Santos para deputado federal recebeu um pedido de impugnação do Ministério Público Eleitoral do Rio de Janeiro. Os promotores alegam que o criador da GAS Consultoria, conhecido como “Faraó do Bitcoin” a atualmente preso sob acusação de montar um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas, não atende aos requisitos da Constituição e da Lei de Inelegibilidade para poder concorrer.

No pedido feito ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RJ), o MP ressalta que Glaidson se encaixa no item “i” do artigo 1º da Lei 64/90, que estabelece inelegíveis aqueles que estejam sendo alvo de liquidação judicial ou extrajudicial doze meses antes de assumirem o cargo.

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O MP também cita o inciso 9º do artigo 14 da Constituição Federal: “Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta”.

Glaidson é candidato pelo partido Democracia Cristã (DC) e declarou ter R$ 60,4 milhões de patrimônio. Desse todo, R$ 60 milhões seriam em “quotas ou quinhes de capital” e R$ 450 mil referente ao valor de um apartamento.

Glaidson, preso e acusado de homicídio

Glaidson foi preso na manhã do dia 25 de agosto de 2021 no âmbito dessa operação. Na ocasião, outros membros do esquema foram presos enquanto outros conseguir escapar da polícia e fugir do Brasil, como a esposa de Glaidson, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa.

A GAS Consultoria captava clientes com promessas de rendimentos que supostamente viriam do trade de criptomoedas. Mais tarde, seu modelo de operação, supostamente de uma pirâmide financeira, desencadeou uma série de investigações pelas autoridades brasileiras.

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Atualmente, o Faraó do Bitcoin responde por crimes financeiros na Justiça Estadual e Federal, além de ser réu encomendas dois homicídios (um deles terminou com a vítima morta e o outro vivo, mas com graves sequelas).

No dia 16 de agosto desse ano, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região começou a julgar um pedido de Habeas Corpus de Glaidoson em um caso de crime financeiro. O relator da 2ª Turma Especializada, desembargador Flávio Lucaa, votou pela concessão do benefício. Outro julgador pediu vista e o processo agora aguarda resolução.