Faraó do Bitcoin: membros da Igreja Universal e funcionários da Record perderam R$ 8 milhões com a GAS Consultoria

Segundo reportagem do jornalista Ricardo Feltrin, 160 pessoas desses grupos tiveram prejuízo com a pirâmide financeira
Imagem de Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin

Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como Faraó do Bitcoin (Foto: Reprodução)

O criador da GAS Consultoria, Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o Faraó do Bitcoin, tinha em sua lista de clientes 160 pessoas que eram da Igreja Universal do Reino de Deus ou que trabalhavam na TV Record. A informação é do jornalista Ricardo Feltrin em sua coluna no portal UOL, publicada nesta terça-feira (22).

O grupo de pessoas levou um prejuízo que chega em R$ 8,71 milhões. Segundo a reportagem, quem atraiu todas essas pessoas para a pirâmide financeira criada por Glaidson foi Fabiano Freitas, ex-pastor da igreja de Edir Macedo.

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Glaidson, atualmente preso, é ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Foi durante sua atuação pela entidade na Venezuela que conheceu a esposa, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, que por sua vez o apresentou ao mundo das criptomoedas.

Feltrin aponta que entre as vítimas da GAS está Anderson Souza, diretor de dramaturgia da Record, que perdeu R$ 100 mil. O deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), apontado como “operador dos interesses de Edir Macedo no Congresso”, também teve prejuízo de R$ 420 mil no esquema.

Sem nomear, o jornalista aponta que um fiel da Universal que é jogador de futebol aposentado perdeu R$ 1,1 milhão.

Caso GAS Consultoria

A estimativa é que a GAS Consultoria – acusada de criar uma pirâmide financeira que atingiu milhares de clientes – tenha pendências de R$ 4,4 bilhões junto a cerca de 42 mil clientes. A empresa prometia retorno de 10% mensais sobre o dinheiro aplicado e alegava que conseguia isso por conta de investimentos com criptomoedas.

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O ex-pastor concorreu nas eleições de 2022 como candidato a deputado federal. Teve 37.935 votos, quantidade insuficiente pra se eleger. Além disso, teve sua candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).

O “Faraó do Bitcoin” foi preso em 25 de agosto de 2021 em uma operação da Polícia Federal que resultou numa apreensão multimilionária.

Glaidson foi preso por ser suspeito de criar uma pirâmide financeira. A PF o encontrou em um casa em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Junto com ele foram apreendidos R$ 15,3 milhões em espécie, entre notas de real, dólar e euro — e também barras de ouro.

Muito mais valioso que os valores em moeda fiat foi o butim em criptomoedas: a PF conseguiu apreender 591 bitcoins. Naquele momento o BTC estava cotado em US$ 49.320, o que equivalia a um total de R$ 29 milhões.

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Réu por homicídio

Inicialmente, Glaidson foi preso por ser suspeito de criar uma pirâmide financeira por meio da GAS Consultoria.

Mas durante seu tempo atrás das grades, seu caso se tornou ainda mais sério. A Justiça Estadual do Rio de Janeiro acolheu duas denúncias e Glaidson é reu por homicídio e tentativa de homicídio.

No homicídio cocretizado, Glaidson é acusado de encomendar a morte de Wesley Pessano em julho de 2021 em São Pedro da Aldeia (RJ). A vítima seria concorrente do Faraó na captação de clientes com criptomoedas de chamariz na Região dos Lagos, conforme aponta reportagem do G1.

A tentativa de homicídio se refere a uma suspeita de ter encomendado o assassinato de Nilson Alves da Silva em março deste ano.

Conforme aponta reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Nilson estaria espalhando pela cidade de Cabo Frio (RJ) que o dono da GAS seria preso e isso motivou a encomenda de seu assassinato por Glaidson.

O ataque ocorreu no dia 20 de março deste ano, quando um carro parou ao lado do veículo de Nilson durante o sinal fechado de um semáforo. Os quatro homens supostamente contratados pelo “Faraó” fizeram seis disparos. Nilson foi atingido e está cego e paraplégico por conta do atentado.

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