A Justiça do Rio de Janeiro determinou na segunda-feira (19) que o dono da Gas Consultoria, Glaidson Acácio dos Santos, faça um depósito em juízo de R$ 19 bilhões. O dinheiro servirá para pagar os investidores assim que for transferido para uma conta da 5ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio.
A deliberação para o depósito do valor bilionário partiu da juíza Rosália Monteiro Figueira, da 3ª Vara Federal Criminal. As informações são do jornal O Globo em publicação nesta terça-feira (20).
Acerca de quem pode ser restituído de valores da Gas Consultoria, em maio deste ano, o advogado Sergio Zveiter, nomeado administrador judicial na 5ª Vara, anunciou que abriu um cadastro para inscrição dos credores da empresa.
Conforme apurou o jornal, constam até o momento 122.072 investidores que fizeram a inscrição em um site, cuja soma dos valores informados é de cerca de R$ 9 bilhões.
No entanto, os credores da empresa de Glaidson, que é investigada por crime de pirâmide financeira e crimes contra o sistema financeiro nacional, dentre outras acusações, têm que torcer que o patrimônio financeiro da Gas Consultoria tenha sido formado de forma lícita, pois, se o contrário, parte ou todo dinheiro que já está na posse da justiça corre o risco de ir para a União.
Isso porque, em junho, a magistrada considerou a possibilidade da Justiça enviar os bens aos cofres do Governo caso não seja comprovada a origem dos ativos, pois, segundo investigadores federais, os bens podem pertencer a criminosos. No momento, encontram-se bloqueados pela pela 3ª Vara cerca de R$ 400 milhões em criptomoedas e bens confiscados de Glaidson e sócios.
Uma investigação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Receita Federal demonstrou que o negócio de criptomoedas de Glaidson movimentou R$ 38 bilhões, ressaltou a reportagem.
Habeas corpus e candidatura a deputado
Na semana passada, O Tribunal Regional Federal da 2ª Região concedeu Habeas Corpus para Glaidson Acácio dos Santos, o chamado Faraó do Bitcoin, mas o criador da GAS Consultoria irá continuar detido devido à prisão decretada em outros processos aos quais responde. O Habeas Corpus foi concedido em uma ação na qual a defesa de Glaidson pede que ele possa responder pela acusação em prisão domiciliar.
Mas a situação é mais complexa. Glaidson responde também na instância estadual pela acusação de crimes graves, como homicídio e tentativa de homicídio.
No últimodia 12, o Tribunal Regional Eleitoral no Rio de Janeiro (TRE/RJ) também proibiu Glaidson de concorrer nas eleições deste ano, negando o registro de sua candidatura. Ele pretendia concorrer a uma cadeira de deputado federal pela legenda Democracia Cristã.
Segundo publicação do MP Eleitoral, TRE/RJ concordou em decisão unânime dos ministros de que Glaidson está inelegível por ser “dirigente de estabelecimento financeiro objeto de processo de liquidação nos 12 meses antes da decretação desse processo (art. 1º, I, i, da LC 94/1990)”, ou seja, uma condição de inelegibilidade menos usual entre políticos, disse o órgão.
Em outra publicação na terça-feira (13), O Globo informou que Glaidson também virou alvo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), onde a área técnica da autarquia passou a enxergar contrato de investimento fraudulento no esquema do empresário.
Prisão do Faraó do Bitcoin
Glaidson foi preso na manhã do dia 25 de agosto de 2021 no âmbito da Operação Kryptos. Na ocasião, outros membros do esquema foram presos enquanto outros conseguir escapar da polícia e fugir do Brasil, como a esposa de Glaidson, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa.
A GAS Consultoria captava clientes com promessas de rendimentos que supostamente viriam do trade de criptomoedas. Mais tarde, seu modelo de operação, supostamente de uma pirâmide financeira, desencadeou uma série de investigações pelas autoridades brasileiras.
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