“Faraó do Bitcoin” da Rússia vai testemunhar contra subordinados para tentar sair da prisão

Kirill Doronin disse às autoridades russas que irá testemunhar contra 44 pessoas
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Kirill Doronin foi o criador da Finiko (Foto: Divulgação)

Criador de uma das mais famosas pirâmides financeiras da Europa envolvendo criptomoedas, Kirill Doronin disse às autoridades russas que irá testemunhar contra 44 pessoas que estavam envolvidas na operação.

Doronin está preso na Rússia desde julho. A pirâmide que ele criou em 2019 movimentou US$ 1,5 bilhão em mais de 800 mil depósitos separados, conforme apontou relatório divulgado pela Chainalysis.

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Segundo reportagem do portal News Bitcoin, que cita o jornal russo “Business Online”, Doronin sustenta que seus subordinados na Finiko o desobedeceram ao pegar dinheiro fiat dos clientes – o criador da empresa diz que nunca autorizou essa medida.

“Estou pronto para revelar em testemunho sobre os membros da Finiko que ilegalmente coletaram dinheiro Fiat (rublos russos e dólares americanos)”, disse Doronin em uma petição apresentada pela sua defesa no processo, segundo o portal de notícias russo.

No mesmo documento o réu diz: “Eu sempre fui categoricamente contra atrair fundos em fiat e sempre falei (durante as reuniões) sobre banir Fiat, aceitar apenas transações em criptomoedas”.

Promessas de retornos de 30%

A promessa de Doronin era de retorno mensal de até 30% com investimentos em bitcoin.

Segundo o The Moscow Times, Doronin era um influencer popular no Instagram que já havia se associado a outros esquemas Ponzi no passado.

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Foi preso em julho deste ano e teve um pedido de prisão domiciliar negado pela corte de Tatarstan, um ente federativo da Rússia.

A corte negou o pedido alegando que Doronin pode atrapalhar a investigação, coagir testemunhas e, além disso, tem passaporte turco e por isso pode deixar a Rússia.

A queda da Finiko

Finiko foi uma pirâmide financeira que surgiu na cidade russa de Kazan em 2019 e que ganhou popularidade no leste europeu ao longo de 2020, aproveitando-se das dificuldades econômicas intensificadas pela pandemia do Covid-19.

No final do ano passado, a empresa fundou a sua própria criptomoeda, a FNK. Naquele momento, a Finiko promovia a moeda aos investidores, mas a sua compra era voluntária. Já em junho deste ano, a empresa anunciou que usaria de forma exclusiva o token em todas as transações financeiras realizadas com os clientes, provocando um crescimento de dez vezes no preço do ativo.

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No mês seguinte, a moeda voltou a desabar quando a empresa interrompeu todos os pagamentos aos usuários e os impediu de sacar os fundos que estavam em sua posse.

Os reguladores russos já investigavam a empresa desde o final do ano passado, mas só em fevereiro emitiram um alerta ao mercado de que a Finiko apresentava indícios de pirâmide financeira.

O líder do esquema preso foi preso em julho quando os saques foram interrompidos. Os outros cofundadores da empresa — Zygmunt Zygmuntovich e Marat e Edvard Sabirovy — tiveram tempo de escapar e atualmente são foragidos da polícia.