O empresário Mark Karpelès, ex-CEO da falida corretora de bitcoin japonesa Mt.Gox, anunciou na segunda-feira (28) em sua conta no Twitter o lançamento de uma coleção de NFTs que serão distribuídos de graça a ex-clientes.
A empresa entrou para a história no mercado cripto por ter sofrido um hack de 850 mil BTCs em 2014. Desde então, nunca mais se levantou e passa por reabilitação civil.
O mesmo comunicado foi feito na página da empresa. “Um NFT para todos os ex-clientes da Mt.Gox”, diz a chamada para a iniciativa intitulada “The Commemorative MtGox NFT”, que em tradução livre significa ‘NFTs em memória à Mt.Gox”.
O número de ativos que serão distribuídos corresponde ao número de contas que a plataforma tinha até o dia 25 de fevereiro de 2014, ou seja, 1.066.097 NFTs. Cada NFT é numerado (uint256), e eles correspondem a cada número de conta de cliente Mt Gox.
Para ter direito a um NFT, o cliente vai precisar comprovar que esteve registrado na plataforma entre 2010 e 2014, independentemente se mantinha saldo ou se tem processo judicial contra a empresa.
A validação do cliente apto a receber o ativo será feita através de um processo de verificação para garantir que eles sejam de fato usuários da Mt.Gox na época. Para isso, o interessado precisa enviar um formulário cujos dados deverão bater com os do registro na Mt.Gox da época, diz o texto.
A Mt. Gox passa por um processo de reabilitação civil com seus credores, provavelmente recebendo restituição em breve. Em novembro passado, Karpelès afirmou que começaria a devolver o dinheiro dos clientes em junho deste ano.
O ex-diretor chegou a ser preso acusado de peculato e falsificação de dados, mas teve a pena suspensa.
O caso Mt.Gox
Mt.Gox foi uma corretora do Japão que se tornou infame na História do setor cripto. A empresa tombou em 2014 quando era responsável por aproximadamente 70% das transações mundiais em bitcoin.
Em fevereiro de 2014, a corretora ficou off-line após problemas de saque começarem no início do mesmo mês. Logo ficou claro que essas falhas eram um presságio de algo bem pior. Um hacker conseguiu roubar 850 mil Bitcoins da corretora (avaliados atualmente em US$ 40 bilhões), que semanas depois dos primeiros indícios parou de operar.
Quando a Mt. Gox sofreu o colapso, gerou uma queda no preço do bitcoin: de US$ 800 para US$ 400 (uma quantia bem distante dos atuais preços).
Desde o colapso da corretora, os credores da Mt. Goxtem enfrentam um caminho árduo para recuperar seus fundos perdidos, repleto de atrasos no plano de recuperação e altas taxas.