Executivo cripto sul-coreano é preso por espionar para a Coreia do Norte

Além de diretor de corretora, capitão do exército também foi detido; eles teriam recebido criptomoedas para vazar informações ao país vizinho
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(Foto: Shutterstock)

O diretor executivo de uma corretora de criptomoedas foi preso na Coreia do Sul por supostamente ter vazado segredos militares à Coreia do Norte, de acordo com diversos artigos publicados na imprensa global nesta sexta-feira (29).

O executivo é um entre dois homens que foram presos e acusados de “violarem a lei de segurança nacional”, conforme noticiado pela AFP (da sigla Agence France-Presse). O executivo, apenas chamado de Lee, 38, é um empresário que opera uma empresa de gestão de ativos virtuais. Já o outro homem preso, 29, é um capitão da marinha em serviço.

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Os dois foram pagos em criptomoedas “a pedido de um agente norte-coreano”, de acordo com a polícia sul-coreana. Autoridades determinaram que o agente era da Coreia do Norte por conta das declarações fornecidas por ambos os indivíduos que foram presos.

O capitão do exército supostamente repassou informações de login do Sistema de Comando e Controle Conjunto da Coreia do Sul — uma rede militar para  comunicações internas — ao agente norte-coreano.

O oficial do exército foi detido no dia 15 de abril; o executivo cripto, no dia 2 de abril.

Segredos militares

Segundo a BBC, o agente supostamente pagou US$ 600 mil a Lee e quase US$ 38 mil ao capitão em criptomoedas, incluindo o bitcoin (BTC). Esta parece ser a primeira vez em que um “cidadão e um capitão do exército em serviço foram presos por tentar obter segredos militares” na Coreia do Sul, de acordo com as autoridades.

Alega-se que Lee havia sido abordado em julho de 2021 para “recrutar um oficial em serviço para investigar segredos militares”. Para essa tarefa, ele comprou um relógio que continha uma câmera escondida e o entregou ao capitão do exército.

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O executivo também supostamente criou um “Poison Tap” — um dispositivo USB que desbloqueia automaticamente um computador — para acessar o Sistema de Comando e Controle Conjunto.

A câmera-relógio (à esquerda) e o dispositivo “Poison Tap” (à direita) usados na operação (Imagem: BBC)

O capitão do exército supostamente concedeu ao agente norte-coreano as informações de login ao mesmo sistema de comunicações.

Após a prisão de ambos os indivíduos, as autoridades informaram que o vazamento de informações foi interrompido.

Coreia do Norte e as criptomoedas

Esta não é a primeira vez em que a Coreia do Norte está ligada a tentativas de hack a outro país.

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ou ONU), publicado em fevereiro, indica que o isolado país financiou parcialmente seu programa de armas nucleares usando criptomoedas obtidas via ciberataques.

“Segundo um membro do Estado, atores cibernéticos da DPRK [República Popular Democrática da Coreia] roubaram mais de US$ 50 milhões entre 2020 e a metade de 2021 de, pelo menos, três corretoras de criptomoedas na América do Norte, Europa e Ásia”, de acordo com o relatório.

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Mais recentemente, o governo dos Estados Unidos ligou um endereço de Ethereum, utilizado para roubar US$ 622 milhões do popular jogo cripto Axie Infinity, ao Lazarus, grupo de hackers norte-coreanos. O endereço foi acrescentado à lista de sanções do Departamento do Tesouro Americano.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.