Ex-secretário de São Paulo perdeu R$ 300 mil em golpe de pirâmide financeira

Daniel Annenberg, do PSDB, é uma das duas mil pessoas lesadas pela BWA Brasil
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Ex-secretário Daniel Annenberg. (Foto:Divulgação)

O ex-vereador e ex-secretário municipal de Inovação e Tecnologia de São Paulo, Daniel Annenberg (PSDB), é um dos cerca de 2 mil investidores com dinheiro preso na BWA Brasil, empresa suspeita de pirâmide financeira que teve o processo de recuperação judicial aprovado pela Justiça.

De acordo com a lista de credores da BWA, que tem dívida de R$ 295 milhões, o político perdeu R$ 300 mil na empresa. A informação de que ele tem criptomoedas está também na declaração de bens de vereadores publicada no Diário Oficial do Município de São Paulo.

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A reportagem do Portal do Bitcoin contatou Annenberg, mas ele não quis comentar o assunto. Disse apenas que o caso é tratado na Justiça.

Além de secretário, Annenberg foi vereador de São Paulo entre 2016 e 2020. Ele se candidatou novamente no ano passado, mas não conseguiu se reeleger. O político é conhecido por ser um dos idealizadores do Poupatempo, programa implantado em 1997 em São Paulo que reúne diversos serviços públicos em um único site.

Assim como Annenberg, outros 52 políticos que tentaram a reeleição no ano passado declararam ter criptomoedas, conforme levantamento feito pelo Portal do Bitcoin. O total declarado por eles foi de R$ 2,69 milhões.

Situação da BWA Brasil

A Justiça de São Paulo deferiu o pedido de recuperação judicial da BWA, com sede em Santos (SP), em julho do ano passado. Quatro meses depois, a empresa tentou convencer a 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do estado – responsável pelo processo – que a dívida com credores seria de R$ 449 mil, não de R$ 295 milhões.

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O juiz Marcelo Barbosa Sacramone viu essa manobra jurídica como uma tentativa de fraude. “Há indícios veementes de cometimento de crime não apenas pelos administradores como pelos próprios sócios signatários da lista”, falou o magistrado na época.

Apesar da possível existência de crime, a Justiça interferiu “sumariamente o pedido de destituição do administrador judicial” e o processo de recuperação continuou. Conforme consulta no Tribunal de Justiça de São Paulo, os credores ainda estão se manifestando dentro da ação.

A BWA Brasil foi fundada em 2017 pelo empresário Paulo Bilibio, que ficou conhecido após ter sido sequestrado por policiais. Bilibio até então era conhecido por vendido produtos da pirâmide financeira BBOM. Há suspeitas de que a empresa tenha lavado dinheiro da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).