Ex-diretor da Coinbase que apostou em Bitcoin a R$ 1 milhão lança fundo para anarcocapitalistas

Balaji Srinivasan convenceu os bilionários da Coinbase a investir no seu projeto; a ideia é fomentar cidades privadas que não tenham interferência do Estado
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Balaji Srinivasan, ex-CTO da Coinbase (Foto: Wikipédia)

Após ser notícia por meses no início do ano ao apostar que o Bitcoin atingiria US$ 1 milhão em 90 dias, o empresário e ex-diretor da Coinbase, Balaji Srinivasan, volta aos holofotes. Agora, ele está liderando um fundo de investimento que tem como objetivo criar uma sociedade anarcocapitalista, conforme anunciou no X.

A empreitada tem forte conexão com o mundo cripto, já que entre os financiadores estão os bilionários da Coinbase, incluindo o CEO, Brian Armstrong, bem como Fred Wilson, membro do conselho da corretora que vendeu suas ações por US$ 1,8 bilhão após o IPO.

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O fundo se chama “Network States” e se orienta pela seguinte concepção de mundo: o Ocidente teria entrado em declínio pelo excesso de intervenção estatal, mas esse estágio pode ser superado com a Internet, o Bitcoin e o avanço de novas formas sociais, com propriedades privadas e sem Estado. 

I have a new fund.
Naval, Brian Armstrong, Fred Wilson are backers.
I'm also putting in my own money.
I'll be seed investing in every promising company.
Especially startup societies & network states.
The fund is for accredited investors.
And it's live at https://t.co/0EGuP7DIwE. pic.twitter.com/Fuml2byscB

— Balaji (@balajis) December 14, 2023

Ao apresentar a ideia, Balaji afirma que o fundo terá como guia os”valores da Internet”, como projetos open source e uma lógica de comunidade “peer to peer”. 

O valor mínimo para investir é US$ 10 mil (R$ 49 mil). “Invista apenas se sua situação financeira for sólida. Eu tenho capital suficiente de outras fontes. E esse são investimentos de risco e de longo prazo”, afirma.

Balaji diz que irá investir em startups que promovem sociedades alternativas e “network states”. Dois exemplos são a área Culdesac, em Tempe, no estado do Arizona (EUA) onde entidades privadas estão criando uma cidade onde é proibida a circulação de carros; e Próspera, em Honduras, cidade privada criada pelo bilionário Peter Thiel, que ganhou status de “zona econômica especial” e tem polícia e leis próprias. 

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Aposta errada volta para assombrar

Em março deste ano, Balaji fez uma aposta de que em 90 dias o Bitcoin estaria valendo US$ 1 milhão a unidade. Isso não ocorreu e o empresário teve que pagar US$ 500 mil para James Medlock, o apostador na outra ponta.

Na época da aposta, em meio às falências bancárias nos EUA, Medlock escreveu: “Aposto 1 milhão de dólares com qualquer um que os EUA não entram na hiperinflação”. Em resposta, Balaji disse: “Se o BTC valer mais de US$ 1 milhão em 90 dias, eu ganho”.

Agora, com seu novo fundo, Balaji se vê tendo que lidar com a previsão que foi tão espalhafatosa quanto errada. O usuário do X, @badenglishtea, apontou as taxas de remuneração como gestor do fundo e disse: “Dê para o cara que apostou Bitcoin a US$ 1 milhão em 90 dias o seu dinheiro. Você toma o risco e ele fica com o lado bom”.

2.5% management fee
0.25% admin fee
25% – 30% carry

Give the guy who bet BTC $1m <90 days your cash. You will take the risk, he will take the upside.

— badenglishtea (@badenglishtea) December 14, 2023