O Departamento de Justiça dos Estados Unidos entrou com uma ação de confisco civil para recuperar cerca de US$ 2,5 milhões (R$ 13,9 mi) em criptomoedas perdidas em golpes conhecidos como “abate de porcos” direcionados a cidadãos americanos.
A ação visa pegar de volta 2.546.415,01 USDT apreendidos pelo FBI de duas contas na Binance de indivíduos na Tailândia envolvidos no esquema, segundo um comunicado publicado na última terça-feira (16).
Segundo a Justiça, os criminosos usaram a stablecoin da Tether e contas em exchanges, principalmente na Binance, para operar o esquema.
De acordo com um procurador dos EUA, as duas contas na Binance receberam a quantia milionária após passarem por uma série de etapas de lavagem de dinheiro destinadas a romper a ligação entre um esquema de abate de porcos e a tentativa de retirada semelhante a um saque.
Os golpistas acreditavam que as contas na exchange eram uma ferramenta conveniente para ofuscar os rendimentos de seu esquema.
Além de dezenas de transações através de carteiras e misturadores em blockchain, o procurador dos EUA identificou “uma sucessão de transações com USDT através de múltiplas camadas de outras contas Binance – indicativas de lavagem de dinheiro e de tentativas de ocultar a origem dos fundos”.
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Segundo o documento do Departamento de Justiça, essas transferências de USDT fora da blockchain e dentro do ecossistema da Binance não são registradas na blockchain pública. “Essa estratificação torna extremamente difícil para os investigadores rastrearem os fundos, tanto para frente para determinar o ponto final de saque, mas também para trás, para determinar a fonte original dos fundos de outras vítimas”, explica.
Ao combinar a lavagem dentro e fora da rede com stablecoins – que possuem paridade com o dólar -, os golpistas esperavam evitar que seus saques fossem rastreados até os depósitos.
A ação civil relativa aos 2,5 milhões de USDT não alega irregularidades por parte do emissor de stablecoin Tether nem da exchange Binance. Até o momento, nenhuma empresa se pronunciou sobre o caso.
“Nosso escritório encontrará e responsabilizará organizações criminosas – quer operem dentro ou fora dos EUA – que usam esquemas de investimento fraudulentos como ‘abate de porcos’ para fraudar vítimas nos EUA”, disse o procurador dos EUA, Matthew Graves, em comunicado.
“Essa ação de confisco demonstra que os golpistas não podem esconder suas atividades ilegais usando criptomoedas e se envolvendo em transações complicadas: nós os encontraremos, confiscaremos seus rendimentos ilegais e devolveremos o dinheiro às vítimas”, completou ele.
O “abate de porcos” envolve o uso de engenharia social para construir um relacionamento online, muitas vezes romântico, em que, em determinando momento, os golpistas convencem as vítimas de que estão ganhando muito dinheiro e que elas podem ganhar também. Quando elas entram no esquema, os criminosos conseguem acesso aos seus fundos e desaparecem.
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