celular mostra ilustração do Call of Duty
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A Federal Trade Commission (FTC) dos EUA anunciou na quinta-feira (9) um processo judicial para impedir a Microsoft de comprar a Activision Blizzard, a desenvolvedora das franquias de games Call of Duty e Overwatch. A FTC alega que o acordo daria à Microsoft uma vantagem injusta sobre os seus concorrentes na indústria dos jogos, criando essencialmente um monopólio.

A Microsoft anunciou o plano de aquisição, supostamente no valor de US$ 68,7 bilhões, em janeiro. A FTC considerou a maior negociação da história da indústria dos games.

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“A Microsoft já mostrou que pode e irá reter conteúdo de seus rivais da indústria de games”, disse Holly Vedova, diretora da FTC, em um comunicado. “Hoje, nós buscamos frear a Microsoft no intento de ganhar o controle de um estúdio de games independente e líder de mercado, e usar isso para prejudicar a concorrência em múltiplos mercados de jogos dinâmicos e de rápido crescimento”.

Ameaça ao metaverso

A ação judicial, se bem-sucedida, colocaria um obstáculo na ofensiva da Microsoft no ainda nascente metaverso. A empresa já deu vários passos nessa direção, incluindo se unir à Meta, sua principal rival, a Sony, e outras empresas para criar uma espécie de “Metaverso Aberto.”

O Metaverse Standards Forum afirma que visa promover a coordenação e a cooperação entre empresas que procuram criar a próxima iteração da internet.

O FTC citou o exemplo da aquisição do Bethesda Games Studios (criadores de das franquias Fallout e Elder Scrolls) pela Microsoft, transformando os jogos Starfield e Redfall em games exclusivos para seu principal console, o Xbox.

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Os desenvolvedores de blockchain já manifestaram suas preocupações sobre empresas como a Microsoft e a Meta dominarem a próxima internet e construírem ecossistemas fechados e jardins murados, o que a Meta negou. Outras preocupações dizem respeito à falta de potencial de propriedade que um metaverso desenvolvido por grandes corporações da Web2 teria para os jogadores.

Enquanto a Microsoft está botando seus pés no metaverso, parece que a empresa não tem intenção de permitir produtos “Web3”, como tokens não fungíveis ou NFTs, em seus mundos virtuais existentes. Em julho, a empresa proibiu NFTs em seus servidores de jogos, incluindo no fenômeno global Minecraft.

“Para garantir que os jogadores do Minecraft tenham uma experiência segura e inclusiva, as tecnologias blockchain não podem ser integradas em nossos aplicativos cliente e servidor”, disse a empresa em uma post. “Nem o conteúdo do Minecraft no jogo, como mundos, skins, itens de persona ou outros mods, pode ser utilizado pela tecnologia blockchain para criar um ativo digital escasso.”

A FTC diz que, se o acordo da Activision Blizzard for aprovado, dará à Microsoft os meios e motivos para prejudicar a concorrência, manipulando preços, qualidade do jogo e experiência do jogador em Jogos da Activision nas plataformas rivais e serviços de jogos.

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Em resposta ao processo da FTC, o CEO da Activision, Bobby Kotick, escreveu: “a alegação de que este acordo inibe a concorrência não se alinha com os fatos, e acreditamos que venceremos este desafio.”

Jeb Boatman, Vice-Presidente Senior de Litígios, Regulamentação e Políticas Públicas da Activision Blizzard, enviou uma carta aberta aos trabalhadores afirmando que é muito improvável que a Microsoft torne seus jogos “Call of Duty” exclusivos do Xbox.

“A Microsoft passou o último ano prometendo aos reguladores globais, dezenas de milhões de jogadores e consoles e plataformas concorrentes que não fará isso”, escreveu Boatman. “As pessoas realmente pensam que a Microsoft—uma das empresas mais respeitadas do mundo—arriscaria sua reputação e relacionamentos para voltar atrás nessa promessa?”

“A reação dos jogadores seria desastrosa”, acrescentou. “Isso destruiria a confiança da Microsoft com os jogadores e sua marca, algo que a Microsoft passou décadas construindo e protegendo.”

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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