Um estudante de graduação de Computação Quântica calculou quão grande um computador quântico precisaria ser para decifrar o algoritmo criptográfico do Bitcoin.
Mark Webber e seus colegas do Ion Quantum Technology Group, na Universidade de Sussex, concluíram que computadores quânticos precisam ser um milhão de vezes maiores do que atualmente são antes de decifrarem o algoritmo SHA-256 do Bitcoin – um algoritmo anteriormente publicado pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (ou NSA, na sigla em inglês) no início dos anos 2000.
O Ion Quantum Technology Group realiza pesquisas sobre computação quântica e sensores quânticos de microondas.
É sabido que a tecnologia de criptografia do Bitcoin é tão forte que invasores precisariam comandar 51% do poder computacional combinado da rede global do Bitcoin para comprometer seu registro “imutável”.
Mas cada transação no registro do Bitcoin é assinada por uma chave criptográfica (uma série aleatória de letras e números), que é vulnerável por um período finito de tempo.
Com poder computacional o suficiente (ou um computador quântico poderoso o suficiente), essa chave pode ser decifrada.
Webber estima que se um invasor tiver uma janela de dez minutos para decifrar a chave, precisariam de um computador quântico com 1,9 bilhão de qubits. Se a chave estiver vulnerável por 24 horas, esse número cai para 13 milhões de qubits.
Computadores quânticos podem ameaçar o Bitcoin?
Dado que o maior computador quântico com semicondutores no mercado é o modelo de 127 qubits da IBM, não parece que computadores quânticos são ameaçam de segurança a cripto.
Na computação tradicional, a Lei de Moore dita que o número de transistores em um microchip duplica a cada dois anos enquanto o custo de computadores é reduzido pela metade.
Basicamente, conforme o tempo passa, teremos mais recursos a um preço menor.
No mundo da computação quântica, essa lei foi substituída pela Lei de Neven, que dita que o poder computacional quântico passa por um “duplo crescimento exponencial relativo à computação convencional”.
Para fins de perspectiva, o duplo crescimento exponencial permitiria que notebooks e smartphones existissem em 1975.
Então, se o hardware de computadores quânticos aumentar exponencialmente mais rápido do que circuitos de transistores comuns então, teoricamente, um dia, poderá decifrar o código do Bitcoin.
Apenas será uma questão de quando isso irá acontecer. Webber acredita que isso pode ser possível daqui a uma década.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.