Imagem da matéria: Estudo acusa Bitcoin de gerar poluição sonora, da terra e da água: "As pessoas estão próximas ao desespero"
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A comunidade do Bitcoin recebeu de forma cética um relatório publicado pelo Environmental Working Group (EWG) na quarta-feira (6), que acusa os mineradores da principal criptomoeda de estarem “poluindo” as comunidades nos EUA.

O EWG vem trabalhando em seis estudos de caso, que documentam como a indústria de mineração está supostamente interferindo no dia a dia dos americanos através da poluição sonora, da terra e da água.

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“O ruído incessante criado pelas operações contínuas de mineração 24 horas por dia, sete dias por semana, está levando os moradores próximos ao desespero”, indica o relatório.

Um de seus estudos de caso seguiu um casal no Condado de Cook, na Geórgia, cuja audição foi “prejudicada” graças a uma das instalações de mineração de Bitcoin da Blockstream, que se encontra próxima de sua residência.

Outro estudo focado na mineração digital da Stronghold em Venango Country, Pensilvânia. A empresa queima o lixo de carvão para alimentar máquinas de mineração de Bitcoin e, em seguida, espalha as cinzas de carvão restantes sobre áreas de terra para serem usadas como fertilizante.

O EWG argumentou que os poluentes tóxicos dentro desse fertilizante de cinzas são transportados para rios e córregos próximos quando chove, poluindo assim a água. 

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“O que essas minas têm em comum é o uso do modelo de consenso proof of work (PoW), que é ineficiente por natureza”, afirmou o relatório, dizendo que o sistema exige uma grande quantidade de “eletricidade gerada por combustíveis fósseis” para operar.

Consenso sem consenso

O proof of work é um mecanismo de consenso usado pelo Bitcoin e outras blockchains descentralizadas que permite que todos os participantes da rede concordem com a ordem sequencial das transações, ao mesmo tempo em que emitem novas moedas de maneira não subjetiva.

Computadores poderosos competem em uma corrida para construir o próximo bloco de transações do Bitcoin, resolvendo um problema matemático complexo e são recompensados com o novo BTC por resolvê-lo primeiro. 

Outras blockchains, como o Ethereum, usam um mecanismo de consenso alternativo chamado proof of stake (PoS), que usa criptomoedas em vez de energia para proteger a rede. O EWG há muito pede que os desenvolvedores do Bitcoin mudem seu código e cortem seu uso de energia de maneira semelhante. 

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No entanto, os desenvolvedores proeminentes do Bitcoin não estão nem um pouco interessados em uma mudança de alto risco do protocolo. O CEO da Blockstream (e um dos suspeitos de ser Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin) Adam Back, diz que os custos de energia para a produção de novos Bitcoins são necessários para que eles funcionem como dinheiro. 

“As pessoas estão comprando ouro digital para se proteger contra a inflação e a erosão monetária. Os bancos centrais estão comprando ouro físico por razões semelhantes a um ritmo recorde”, disse ele ao Decrypt via Twitter. “O ouro é caro para minerar de forma analógica, e isso também é inerente ao dinheiro físico.”

Quando perguntado pelo EWG sobre a poluição sonora da Blockstream, o chefe da mineradora Blockstream, Chris Cook, descreveu a instalação como “quase inaudível… os grilos são definitivamente mais altos.”

Outro desenvolvedor de Bitcoin de longa data, Luke Dash Jr., também contestou que o Bitcoin seja uma fonte de danos ambientais, argumentando que o sistema de moeda fiduciária é muito mais prejudicial. 

“PoW é, na verdade, um protocolo bom para o meio ambiente”, disse ele ao Decrypt via DM. “Porque ele faz com que a energia limpa como a solar seja viável por si só, onde anteriormente o combustível fóssil seria a única opção.”

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Enquanto isso, o desenvolvedor rejeitou o modelo PoS, citando-o como um “golpe”, referindo-se a um ensaio de 2015 descrevendo o sistema como “impraticável.”

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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