A criptomoeda Ripple (XRP) saiu de US$ 0,261 para atuais US$ 0,314 em menos de 48 horas. Muitas notícias surgiram nos fóruns e redes sociais, incluindo rumores de uma parceria com a exchange Coinbase, mas a verdade é que os fatores pra esta alta começaram há cerca de dez dias.
A MoneyGram, empresa de envio de remessas internacionais que andava mal das pernas, vendeu em Junho/2019 uma participação no valor de US$ 30 milhões para a Ripple.
Em 9 de setembro, a MoneyGram anunciou uma parceria com a Visa Direct, uma espécie de Paypal que conta inclusive com cartão de débito. O impacto da notícia provavelmente demorou pra ocorrer, mas certamente está ajudando na boa performance dos últimos dois dias.
Outra notícia que saiu pouco antes do início do rally foi a criação de um fundo de US$ 100 milhões em parceria da Coil (startup da Ripple), Mozilla (navegador Firefox) e Creative Commons (rede para compartilhamento de imagens). A Coil havia recebido em agosto de 2019 uma doação de 1 bilhão de moedas XRP do braço de investimento da Ripple, Xpring.
A inusitada parceria entre as três empresas visa estimular produtores de conteúdo online, promovendo o modelo open-source (código aberto). Os US$ 100 milhões vão ser desembolsados ao longo de cinco anos, patrocinando projetos que fujam do modelo tradicional de anúncios e venda de dados dos visitantes. Como isto irá beneficiar a moeda XRP é uma questão em aberto.
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Já o infundado rumor de uma parceria entre a Ripple e a exchange norte-americana Coinbase surgiu após uma apresentação da Diretora de Mercados Institucionais Global da própria Ripple, Breanne Madigan, no fórum OECD Global Blockchain em Paris no dia 13 de setembro.
A Diretora usou a exchange Coinbase como exemplo de possível beneficiário em transações internacionais através do xRapid. A frase em inglês foi: “… we send MoneyGram’s flow to one of what we call our originating exchanges – say it’s Coinbase in the US, as an example.”
Fica claro que a Diretora da Ripple poderia ter citado qualquer outra exchange como exemplo, portanto não há o menor motivo para tal especulação.
No entanto, quando se trata dos fiéis seguidores da criptomoeda, apelidados na mídia internacional de “Ripple fanboys” ou “XRP Army”, qualquer mera especulação positiva é razão para espalhar rumores nas redes sociais. O resultado é que alguns portais acabam comentando o assunto, gerando ainda mais expectativas sobre um boato sem fundamento.
Sobre o autor
Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017 faz arbitragem e trading de criptomoedas, além de ser cofundador do site de análise de criptos RadarBTC