Ronaldinho Gaúcho, que teve sua prisão preventiva decretada no último sábado (07) pela Justiça paraguaia por uso de passaporte falso, vem sendo investigado pelo Ministério Público de São Paulo devido a sua atuação com a empresa 18k suspeita de pirâmide.
Além dessa empresa, ele ainda ajudou a promover a LBVL, a qual está proibida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de captar investidores no Brasil.
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Ainda não se sabe o que teria motivado o ex-jogador e o irmão dele Roberto de Assis Moreira a utilizarem passaportes paraguaios falsos para entrar naquele país, uma vez que para um brasileiro entrar no Paraguai basta a apresentação do documento de identidade.
O fato levanta a suspeita uma vez que isso ocorreu logo após Ronaldinho Gaúcho ter sua imagem vinculada a empresas suspeitas de atuar em pirâmide financeira com o uso de criptomoedas. Antes de o Jogador ter ido ao Paraguai, ele acabou se tornando réu numa ação coletiva contra a empresa 18k Ronaldinho, movida pelo Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec). O valor da ação é de R$ 300 mil.
O Ibedec afirmou ter identificado 150 vítimas que foram lesadas no Brasil e em outros países, como Estados Unidos, Portugal e Itália.
Essa, porém, é a segunda ação contra a 18k Ronaldinho. O ex-jogador no início de fevereiro já havia sido processado por um investidor da 18k no Paraná. A pessoa que alegou ter sido prejudicada pela empresa de Ronaldinho pediu na Justiça o valor de R$ 52,6 mil, referentes a danos morais e materiais.
Ronaldinho Gaúcho na mira das autoridades
A empresa e o ex-jogador já vinham sendo algo do Ministério Público de São Paulo e houve até mesmo uma audiência pública na Câmara dos Deputados para tratar da relação da 18k Ronaldinho com a suspeita de pirâmide com criptomoedas.
Em outubro do ano passado, o Ministério Público de São Paulo havia recebido uma denúncia de prática de pirâmide. Foi a partir daí que a empresa passou a ser investigada por oferecer rendimentos de até 2% ao dia.
Na ocasião, a defesa do craque disse que ele teve sua imagem explorada indevidamente. Aliás, desde que o caso veio à tona, os advogados do ex-jogador sempre contestaram sua ligação com a 18K.
Naquele mesmo mês, o deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade/RJ) pediu a presença de Ronaldinho Gaúcho na Câmara para participar das discussões sobre os indícios de pirâmide na 18k.
Além dessa empresa, o ex-astro do Barcelona foi garoto propaganda de um outra empresa suspeita: a LBLV.
Essa empresa em julho do ano passado, teve, então, suas atividades de Forex suspensas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A autarquia emitiu um alerta de que a LBLV estaria promovendo captação irregular de clientes para operações no mercado Forex, o qual é proibido no Brasil.
Ronaldinho ajudou a promover a LBLV por meio de um propaganda em vídeo em que ele aparecia driblando várias pessoas com camisas de moedas de outros países, até que acabava fazendo um gol.
Enquanto Ronaldinho driblava essas outras pessoas, havia uma narração dele mesmo comparando o ato de investir com o de jogar bola. Ronaldinho Gaúcho afirmava na propaganda que “no esporte assim como em operações talento é somente 5% do sucesso. O resto? O resto é treino”.
Ronaldinho Gaúcho preso no Paraguai
Com o vínculo a essas duas empresas suspeitas, Ronaldinho, então, foi junto com o irmão dele para o Paraguai para participar do lançamento de uma fundação, a qual não se tem a informação. O problema é que ao invés de apresentarem as identidades brasileiras, resolveram utilizar passaportes falsos.
De acordo com a Reuters, a Juíza Clara Ruiz Díaz havia decretado a prisão para se evitar o risco de fuga do paraguai, uma vez que os irmãos não possuem residência fixa nesse país. Ronaldinho e o irmão passaram a noite de sexta-feira (06) numa unidade policial localizada na periferia de Assunção, que abriga presos de alto nível e lá permaneceram detidos após a decisão da Juíza.
Díaz, portanto, afirmou aos jornalistas que o ato cometido por Ronaldinho e o irmão dele atenta contra a soberania do Paraguai:
“O tribunal (…) considera que estamos diante de um grave ato punível, porque ele tentou contra os interesses da República, contra o Estado do Paraguai”.
A magistrada mencionou ainda que Ronaldinho solto pode trazer “risco de obstrução nas investigações”.
Tarek Tuma, um dos advogados do ex astro do Barcelona e do irmão dele, porém, criticou a decisão:
“É inacreditável o que está acontecendo. Vamos apelar, claro. Ronaldinho não consegue entender o que está se passando”, afirmou.
A defesa chegou a pedir que se mantivesse a prisão domiciliar dos suspeitos. Na ação foi até argumentado que o irmão do Ronaldinho sofria de uma doença cardíaca coronária.
Isso, contudo, não serviu para que a juíza mudasse sua decisão. Ela afirmou que “não juntaram sequer um só documento que pudesse mostrar ao Tribunal que o risco de fuga poderia ser evitado”.
Sem explicação
A questão, contudo, é que Ronaldinho não possui qualquer relação com aquele país para ter um passaporte de lá. Esse fato aumenta ainda mais as suspeitas de que há algo estranho.
Segundo a defesa do ex-jogador, os passaportes foram entregues a Ronaldinho por um cidadão brasileiro – também investigado no caso – e que o ex-jogador os considerava uma cortesia, pois nem ele e nem seu irmão solicitaram os documentos.
O ex-jogador do Barcelona não precisava de usar passaporte para entrar no Paraguai. O país compõe o Mercosul e graças à Decisão CMC nº 18/08 do Mercosul, os nacionais de países membros ou componentes desse bloco podem se locomover entre os Estados participantes sem o uso de passaporte.
Do turismo à prisão
O ex-jogador chegou a se tornar embaixador do turismo no Brasil após ser nomeado pela Embratur, autarquia especial do Ministério do Turismo. Ele, no entanto, tinha vontade mesmo era de ter uma criptomoeda própria ou de ao menos fazer parte desse mercado.
Os planos de ter criptomoeda própria, porém, que não vingaram. O projeto RSCoin (Ronaldinho Soccer Coin) que previa várias ações, como a construção de estádios digitais e plataformas de apostas não foi para frente.
Isso, porém, não foi o fim, ele ainda se tornou garoto-propaganda da Frente Corretora de Câmbio, uma empresa que tem parceria com Ripple, antes de se envolver com empresas suspeitas de fraude com criptomoedas e terminar preso no Paraguai por uso de documento falso.
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