Empresa de trade compra US$ 36 milhões em cobre e recebe tijolos

Mercuria Energy Group disse que só percebeu a suposta fraude após pagar a maior parte do contrato
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Conteiner com a falso cobre (Foto: Divulgação)

A multinacional de commodities Mercuria Energy Group, sediada na Suíça, está processando a companhia turca Bietsan Bakir por causa de uma suposta fraude cometida pela empresa em uma negociação realizada em 2020, segundo uma reportagem da agência de notícias Reuters publicada na quarta-feira (9).

A Mercuria alega que fechou um acordo com a Bietsan para a compra 10 mil toneladas de cobre blister — que é uma forma impura do metal — por US$ 36 milhões. No entanto, quando as cargas começaram a chegar ao destino, na China, a autoridade alfandegária do país descobriu que os contêineres continham apenas pedras de pavimentação.

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As pedras, de acordo com a reportagem, foram pintadas com tinta spray para simular o aspecto do metal.

Além do processo, a multinacional também protocolou uma notificação de fraude e roubo junto à procuradoria turca. Até o momento, as autoridades do país ouviram 14 pessoas que podem estar ligadas aos crime, segundo a matéria.

À Bloomberg, os representantes da Mercuria disseram que os suspeitos foram levados sob custódia da polícia: “Acreditamos que eles estão envolvidos em vários aspectos da fraude que foi praticada contra nós”.

Trade de cinema

A ação dos supostos criminosos foi explicada à Bloomberg pelo advogado Sinan Borovali, que representa a Mercuria.

Inicialmente, de acordo com ele, o metal foi carregado nos contêineres e inspecionado por uma empresa local. Porém, durante a noite, o material foi retirado e substituído pelas pedras de pavimentação. O processo foi repetido dia após dia, enquanto cada uma das oito embarcações que continham a carga deixavam o porto de Istambul rumo à China.

A fraude demorou para ser descoberta por causa da distância percorrida pelos navios, segundo a Mercuria. A empresa disse que só descobriu o problema após pagar quase o valor total da aquisição — cerca de 90%. Ainda não se sabe se a Bietsan Bakir é responsável direta pelo crime.

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Não foi a primeira vez que a Mercuria se envolveu em problemas com trade de commodities. A empresa teve prejuízos em 2014 e 2015, quando autoridades chinesas confiscaram cargas em uma investigação sobre uma suposta fraude, de acordo com a Bloomberg.