Uma das maiores fornecedoras de data centers de mineração de bitcoin dos EUA, a Compute North, entrou com um pedido de recuperação judicial na quinta-feira (21) em um tribunal do Texas, de acordo com a agência de notícias Bloomberg.
Em meio ao duro inverno que assola o mercado cripto, a empresa não conseguiu manter seu negócio em pé, e uma série de dívidas pioraram ainda mais sua situação.
De acordo com seu processo registrado sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, a Compute North deve até US$ 500 milhões, a pelo menos 200 credores. Pelo pedido, a empresa fica sob proteção da Justiça contra credores, enquanto traça um plano de reestruturação para pagar o que deve.
Em meio aos crescentes problemas do negócio, executivos de alto escalão estão abandonando seus cargos. O então CEO da Compute North, Dave Perrill, deixou seu cargo no início de setembro, conforme revelou um porta-voz da empresa ao CoinDesk.
Perrill continua dentro do grupo, mas apenas como conselheiro. Quem ocupou a vaga de CEO foi Drake Harvey, o antigo diretor de operações (COO) da empresa.
Mineradores no centro da crise
Criada em 2017, a Compute North se especializou em fornecer estrutura de data centers para outras empresas de mineração de criptomoedas, alugando suas instalações em regiões com baixo custo de energia nos EUA, como o Texas.
Entre os clientes da empresa há nomes de peso, como Compass Mining e Marathon Digital, uma das maiores mineradores de bitcoin do mundo. Só a Marathon havia mais de 40 mil máquinas instaladas nos data centers da Compute North no Texas.
Em meio ao pedido de falência da Compute North, a Marathon foi ao Twitter tentar tranquilizar seus investidores sobre a situação.
“Com base nas informações disponíveis neste momento, entendemos que esse processo não afetará nossas atuais operações de mineração. Estamos em comunicação com o provedor de hospedagem e monitorando seu progresso enquanto eles trabalham nesse processo”, escreveu a companhia listada na Nasdaq.
O ano de 2022 está sendo difícil para os mineradores de criptomoedas, um grupo que depende diretamente dos bons preços dos ativos para lucrar com suas operações.
Enquanto o preço do bitcoin continua estagnado na casa dos US$ 20 mil durante boa parte do ano, os players dessa indústria precisam tomar decisões drásticas para sobreviver, como a fusão com empresas maiores e a venda das criptomoedas recém-mineradas.
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