Os usuários do GitHub, que funciona como uma espécie de “LinkedIn para programadores” podem não ter notado ainda, mas o próprio Banco Central (BC) do Brasil abriu um perfil oficial na plataforma.
Por meio da assessoria de imprensa, a autoridade monetária nacional confirmou a autenticidade do perfil, criado em 23 de janeiro passado.
O objetivo do perfil nessa plataforma é colaborar com o esforço do Banco Central em torno do PIX, sistema de pagamentos instantâneos recém-anunciado plea instituição e prometido para novembro.
No perfil do BC no GitHub, inclusive, constam dois arquivos, referentes à API do DICT (Diretório de Identificadores de Contas Transacionais), um dos braços do PIX.
“A API referência foi disponibilizada na plataforma para facilitar e acelerar a adesão da maior parte de Provedores de Serviços de Pagamentos (PSP) possível, dada a prioridade estratégica do projeto PIX para o BC”, afirmou a instituição por meio da assessoria de imprensa.
Para programadores consultados pela reportagem, haver um GitHub com códigos abertos é uma demonstração de transparência por parte do Banco Central.
PIX, Agenda BC# e Open Banking
A criação do perfil no GitHub é coerente com as medidas tomadas pelo Banco Central nos últimos meses no sentido de modernizar o setor bancários e financeiro nacional.
“O PIX é um projeto muito importante e vai ser o embrião de uma transformação total no sistema financeiro do país”, destacou Roberto Campos Neto, presidente do BC, durante a coletiva de lançamento do programa.
O peso colocado pelo BC em cima do PIX pode ser entendido a partir da participação obrigatória dos grandes bancos e das principais fintechs no sistema. O objetivo é garantir uma rápida disseminação e popularização do serviço.
A entrada em cena do PIX é mais um braço da chamada Agenda BC#. Ela prevê a adaptação do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) às modernas tecnologias presentes atualmente no setor.
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Outro ponto da agenda de modernização empreendida pela autoridade monetária nacional é o Open Banking. Trata-se de uma premissa que incentiva grandes bancos e fintechs a participarem de um ecossistema conectado para melhorar a experiência do cliente.
Com essas medidas, o Banco Central visa fomentar a competitividade e a inovação no sistema financeiro brasileiro —e, consequentemente, gerar melhores oportunidades e opções para clientes.
Olhar para o bitcoin
Outra mudança nítida no Banco Central diz respeito ao olhar sobre as criptomoedas, como o bitcoin. Até 2018, sob a gestão de Ilan Goldfajn, o criptoativo chegou a ser classificado como “típica bolha e pirâmide”.
Esse cenário tem uma mudança importante com a chegada de Campos Neto à presidência do BC. Ainda antes de assumir o cargo, em fevereiro de 2019, mencionou criptomoedas e blockchain em carta ao Senado. E disse que um de seus objetivos no cargo seria o de preparar a autarquia para o avanço de novas tecnologias.
“Tenho estudado e me dedicado intensamente ao desenho de como será o sistema financeiro do futuro. Participei de estudos sobre blockchain e ativos digitais. Uma das contribuições que espero trazer para o Banco Central é preparar a instituição para o mercado futuro, em que as tecnologias avançam de forma exponencial, gerando transformações mais acelerada”.
Durante o lançamento do PIX, na última quarta-feira, as criptomoedas voltaram a aparecer na fala de Campos Neto. E desta vez como indutoras da modernização necessária para o setor financeiro.
“O mundo demanda um instrumento de pagamento que seja barato, rápido, transparente e seguro. Se pensarmos em termos de bitcoin e criptomoedas, elas nascem destas necessidades, destas características. E o PIX é a nossa resposta a estes sistema”
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