O governo da Bolívia comunicou na quarta-feira (26) a anulação da Lei nº 144/2020 que impedia a livre comercialização de criptomoedas como o Bitcoin no país, passando a permitir a partir de agora a oferta de serviços cripto por instituições financeiras. O anúncio foi feito no mesmo dia em que ocorreu uma tentativa de golpe de Estado contra o governo de Luis Arce, liderada pelo general Juan José Zúñiga, ex-comandante do Exército da Bolívia.
“O Banco Central da Bolívia (BCB) comunica ao público que mediante Resolução N°082/2024, de 25 de junho de 2024, passa a ficar sem efeito a Resolução N°144/2020, de 15 de dezembro de 2020, habilitando, desta forma, o uso de canais e Instrumentos Eletrônicos de Pagamentos (IEP) para operações de compra e venda de Ativos Virtuais”, diz o comunicado.
De acordo com o BCB, a decisão foi tomada em conjunto com a Autoridade de Supervisão do Sistema Financeiro (ASFI) e Unidade de Investigações Financeiras (UIF), considerando recomendações do Grupo Latino-Americano de Ação Financeira (GAFILAT) acerca de Serviços de Ativos Virtuais (PSAV) em sintonia com “a política pública que se define no contexto boliviano”.
“Este marco fornecerá à população um mecanismo adicional que irá cooperar com o fortalecimento das atividades financeiras e comerciais”, afirmou o presidente do BCB, Edwin Rojas Ulo.
Tentativa de golpe na Bolívia
Na quarta-feira (26), a sede do governo boliviano em La Paz se deparou com uma movimentação anormal de militares, o que fez com que o presidente Arce ligasse a chave de alerta para um possível golpe de Estado — tanques e tropas foram colocados em frente ao Palácio Quemado, na Praça Murillo, segundo informações do UOL.
A porta de entrada do palácio foi destruída e então houve uma invasão, reprovada imediatamente pelo presidente Luis Arce, que ordenou que o general desmobilizasse as tropas por “mobilização irregular” e em seguida o denunciou. Nesse meio tempo, o ex-presidente Evo Morales convocou uma mobilização nacional sustentando que se tratava de uma tentativa de golpe de estado.
De acordo com o site, Zúñiga, que havia sido exonerado no dia anterior depois de uma série de ameaças contra Morales, foi preso no início da noite de ontem enquanto o presidente Luis Arce nomeava três novos chefes para as Forças Armadas da Bolívia.
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