El Salvador dará “visto da liberdade” para estrangeiros que investem em Bitcoin

Programa promete emitir anualmente 1.000 vistos de longo prazo para estrangeiros que investirem pelo menos US$ 1 milhão em Bitcoin (BTC) ou Tether (USDT) no país
Moeda de Bitcoin à frente de bandeira de El Salvador

Shutterstock

O governo de El Salvador lançou nesta sexta-feira (8) um programa que promete emitir anualmente 1.000 vistos de longo prazo para estrangeiros que estão dispostos a investir pelo menos US$ 1 milhão em Bitcoin (BTC) ou Tether (USDT) no país.

A campanha “Visionary Freedom Program” ou “Visto da Liberdade”, condicionou a participação ao pagamento de uma taxa de inscrição no valor de US$ 999, cerca de R$ 4,9 mil.

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“Este programa Freedom Visa não é apenas um investimento; é um compromisso com a construção do país do futuro”, diz a página oficial do programa do governo Adotando El Salvador. “El Salvador está vivendo seu renascimento impulsionado por uma liderança ousada, liberdade econômica e um compromisso com a liberdade financeira”, acrescenta.

Para participar do programa de El Salvador, o primeiro país do mundo a adotar o Bitcoin como moeda legal, o interessado precisa preencher o formulário de inscrição na página oficial e pagar a taxa de US$ 999 em Bitcoin (BTC) ou Tether (USDT). O valor não será reembolsado, diz a organização.

Feito isto, a organização vai analisar minuciosamente a vida de cada candidato e em caso de elegibilidade será concedido uma autorização de residência de longo prazo, abrindo caminho para a cidadania plena.

Os planos de Nayib Bukele

A campanha Visto da Liberdade está alinhada aos objetivos do presidente salvadorenho Nayib Bukele, que há tempos vem tentando reduzir a dependência de El Salvador dos dólares americanos. Para ele, iniciativas como essa ajudam o país a combater a hiperinflação, atraindo novas fontes de rendimento.

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Na América Central, Antígua e Barbuda fez o mesmo em 2018, quando alteraram a lei de cidadania no país para atrair os novos investidores de Bitcoin. Na época, era necessário realizar uma doação de US$ 100 mil ao fundo soberano ou investir entre US$ 400 mil e US$ 1,5 milhão no país.

Em muitos países, iniciativas como essas são conhecidas como “Golden VISA” (ou Visto Dourado), onde pessoas ricas podem investir uma certa quantia em títulos ou propriedades em troca de uma autorização de residência permanente.