O Banco Central do Brasil (BC) publicou nesta quarta-feira (13) um relatório sobre o DREX, a versão digital do real criada pela entidade para facilitar as negociações e transações virtuais no mercado brasileiro. Segundo o BC, 500 operações já foram conduzidas com sucesso nos testes que se iniciaram em julho deste ano com a Moeda Digital de Banco Central (CBDC) brasileira.
De acordo com o BC, desde que começaram a ser incorporados à plataforma do DREX, 11 instituições — também chamadas nós (ou nodes, em inglês), já operam na rede simulando vários tipos de operações tanto no atacado quanto no varejo. O consórcio liderado pelo MB (Mercado Bitcoin) junto com a Genial Investimentos, Mastercard, CERC e Sinqia, por exemplo, já integra um dos nós do projeto.
A primeira emissão de títulos públicos federais na plataforma DREX para fins de simulação foi realizada na última segunda-feira (11).
“Cada um dos participantes já habilitados recebeu uma cota da versão para simulação dos títulos públicos e, a partir de então, podem iniciar também a simulação de procedimentos de compra e venda desses títulos entre eles e entres clientes simulados”, explica o BC. Cada semana é realizado um tipo novo de operação, acrescenta.
Dentre as simulações, descreve a entidade, também estão sendo criadas carteiras, emissão e destruição de DREX e transferências simuladas entre bancos e entre clientes. Essa primeira fase deve durar até meados de 2024, diz o BC, acrescentando que essas operações “permitirão ao Banco Central avaliar o desempenho da plataforma ao final”.
População pode ter Drex em 2025
A previsão é de que o DREX chegue à população no início de 2025, segundo afirmou recentemente o coordenador do projeto do DREX no BC, Fábio Araújo.
Ele acredita que da mesma forma que o Pix democratizou o acesso a serviços de pagamentos, o DREX está sendo desenvolvido para democratizar o acesso a serviços financeiros, como crédito, investimento e seguros. “O potencial para afetar o cotidiano do brasileiro é muito grande”, comenta.
Segundo Araújo, além da criação de carteiras, os participantes já começaram a realizar operações de transferência, que podem ser diretamente entre participantes, entre um participante e seus clientes, entre clientes de um mesmo participante e até mesmo entre clientes de diferentes participantes.
“Todas essas transações são apenas simuladas e se destinam ao teste de infraestrutura básica do DREX, que ainda não conta com a soluções de proteção à privacidade que serão testadas ao longo do Piloto DREX”, ressalta o BC.
Uma nova representação do real
O BC descreve o sistema DREX como “uma nova representação do real, o dinheiro do nosso dia a dia”. “Essa nova representação será feita em uma plataforma com tecnologias que permitem a prestação de serviços financeiros de forma eficiente e democrática”.
Acerca do termo ‘DREX’, o BC explicou que cada letra do real digital equivale a uma característica da ferramenta. O “D” representa a palavra ‘digital’; o “R” representa o ‘real’; o “E” representa a palavra ‘eletrônica’; e o “X” passa a ideia de modernidade e de conexão, além de repetir a última letra do Pix, sistema de transferência instantânea criado em 2020.
Em um vídeo publicado no final de agosto, o BC mostra exemplos de como os brasileiros vão usar o real digital no dia a dia e até mesmo comprar e vender carros, imóveis e outros bens.
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