O empresário Sam Bankman-Fried injetou pelo menos US$ 4 bilhões da corretora FTX na Alameda Research, braço de investimento da FTX, para tentar – sem sucesso – estancar a crise antes que ela contaminasse a exchange. Parte desse dinheiro era de clientes da corretora. A informação é da agência de notícias Reuters, em matéria publicada na quarta-feira (10).
Segundo a reportagem, o CEO da FTX não avisou nenhum executivo da corretora de criptomoedas da transferência de recursos. O sigilo teria sido gerado por medo de um vazamento sobre a operação. Receios sobre a fragilidade nos balanços da Alameda foram o estopim para o início da crise de liquidez que atinge a exchange.
Parte dos US$ 4 bilhões transferidos foram em FTT, token nativo da FTX, e outra em ações da corretora online Robinhood – a Alameda havia divulgado em maio ter 7,6% das ações do aplicativo de compra e venda de ações.
Falta de liquidez
A necessidade de mais dinheiro para a empresa ficou clara com o vazamento de uma mensagem de Sam Bankman-Fried para os funcionários da FTX, também revelada pela Reuters. O empresário afirma que sua prioridade é tentar levantar capital para manter a empresa de pé, indica que uma solução pode ser fundir a FTX Internacional com a FTX US e que um possível investidor é Justin Sun, criador da Tron.
Mas o CEO não parece particularmente otimista: “Eu não quero passar nenhuma impressão de confiança sobre o que vai acontecer, e não quero indicar nada sobre as chances de sucesso”.
O empresário também falou sobre o acordo com a Binance que não deu certo. “Eu não deveria jogar pedras em um telhado de vidro, então vou me segurar um pouco sobre isso. Vou dizer apenas que eles provavelmente nunca tiveram a pretensão real de fazer o acordo. Mas que seja. Nós vamos fazer nosso trabalho aqui, independente disso”, disse SBF.
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A msg from SBF on FTX slack that got leaked to me by some telegram anon, have verified its real w another pic.twitter.com/XMjIM9nSkx
— Cobie (@cobie) November 10, 2022
Terremoto no mercado
O drama da FTX se desenrola desde o final final da semana passada, quando a FTX foi atingida por especulações da insolvência da Alameda Research, braço formador de mercado da corretora.
A informação sobre a presença excessiva de tokens nativos FTT no balanço da Alameda fez com que Changpeng “CZ” Zhao anunciasse que a Binance iria vender todos as unidades de FTT da empresa criada por Sam Bankman-Fried (SBF) e deu início à uma corrida dos investidores para tirarem recursos da empresa – fazendo o despencar o valor do ativo nativo, a ponto da FTX ter travado saques de clientes.
Diante de uma iminente quebra da corretora rival, CZ anunciou na tarde de terça-feira (8) que havia chegado a um entendimento inicial com SBF para comprar a FTX – um negócio condicionado a um processo de due diligence.
Porém, na quarta-feira (10), a Binance informou que havia desistido da operação de compra da FTX. “No início, nossa expectativa era poder oferecer suporte aos clientes da FTX para prover liquidez, mas os problemas estão além do nosso controle ou capacidade de ajuda” afirmou a companhia em nota.
A disputa entre as empresas teve efeito devastador no mercado. Nas últimas 24 horas, o Bitcoin (BTC) opera em baixa de 5,5%, cotado a US$ 16.644, segundo dados do CoinGecko. Durante a madrugada, a criptomoeda testou novas mínimas abaixo dos US$ 16 mil. O Ethereum (ETH), que na quarta-feira chegou a despencar 18%, agora recua 0,6%, para US$ 1.211.
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