Dólar forte faz investidores fugirem de ouro e bitcoin, que têm a maior correlação dos últimos 12 meses

Com o aumento da inflação, tanto o Bitcoin quanto o ouro tiveram grandes quedas de valor
Barra de ouro envolto a várias moedas douradas de bitcoin

Foto: Shutetrstock

A correlação do Bitcoin com o ouro acaba de atingir seu nível mais alto nos últimos 12 meses nesta semana, já que os investidores foram atraídos por um dólar forte em meio ao aumento das taxas de juros.

Embora o Bitcoin tenha sido aclamado há muito tempo como um “ouro digital” e uma proteção contra a inflação — tal qual o metal dourado —, parece que os investidores discordam.

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Nos últimos meses, com o aumento da inflação, tanto o Bitcoin quanto o ouro tiveram grandes quedas de valor, levando a uma correlação de +0,4 no ano, de acordo com a Kaiko Research.

Uma correlação de + 1,0 significa que dois ativos se movem em perfeita sincronia na mesma direção. A correlação entre Bitcoin e ouro ficou entre -0,2 e +0,2 no último ano, o que significa que eles não foram amplamente correlacionados.

Para uma contextualização maior, o Bitcoin e o índice S&P 500 têm uma correlação de cerca de +0.61, já que criptoativos são frequentemente negociados com outros ativos de risco, de acordo com dados da CoinMetrics, até o dia 30 de setembro.

Ainda assim, nos últimos 90 dias, o Bitcoin subiu 3%, enquanto o S&P 500 caiu 1%.

“É muito cedo para declarar um “desacoplamento” oficial entre Bitcoin e ações, embora a crescente correlação da criptomoeda com o ouro sugira uma ligeira mudança na estrutura do mercado”, segundo a Kaiko Research ao Decrypt.

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Ano turbulento para o Bitcoin e ouro

Depois de representar um porto seguro na esteira do conflito Rússia-Ucrânia em fevereiro deste ano, o ouro perdeu todos os seus ganhos e caiu 10% no ano até à presente data.

O metal precioso é altamente sensível ao aumento das taxas de juros dos EUA, pois é precificado e lastreado em dólares. Taxas mais altas aumentam o custo de oportunidade de manter metais que não produzem retornos, já que esse dinheiro poderia ser usado para comprar títulos do governo que agora pagam retornos maiores, por exemplo.

“O ouro e outros metais de semi-investimento, como a prata e a platina, provavelmente continuarão sob pressão até que o mercado atinja um pico muito alto”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank, em nota.

O Bitcoin também sofreu os efeitos do aumento das taxas de juros instituídas pelos bancos centrais em todo o mundo, o que tornou os investidores institucionais menos interessados em investir dinheiro em criptomoedas instáveis.

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A maior criptomoeda do mundo está valendo pouco menos de US$ 20.000, muito longe de sua máxima histórica de US$ 68.000.

Além disso, a piora da economia e o aumento dos preços ao consumidor também deixaram muitos investidores particulares com menos dinheiro para aplicar recursos em investimentos voláteis como Bitcoin e outras criptomoedas.

No entanto, há esperanças de que os bancos centrais possam inverter o curso em breve e voltar a recorrer à flexibilização quantitativa.

O Banco do Japão e o Banco da Inglaterra injetaram capital na economia em setembro. Se o Federal Reserve aderisse a essa política, provavelmente o dólar sentiria a pressão e talvez tornaria outros ativos mais atraentes novamente.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt

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